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Home Opinião

Guerra e Paz

Cláudia Camponez, psicóloga educacional por Cláudia Camponez, psicóloga educacional
Março 30, 2022
em Opinião
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Jamais pensei escrever sobre este assunto na perspetiva profissional da coisa. Trabalho essencialmente com crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem e o âmbito da minha intervenção é outro. No entanto, nunca a guerra entrou pela porta das crianças como desta vez e passou a fazer parte do dia a dia. De repente, há perguntas que precisam de resposta. Mas como falar da guerra às crianças se nem nós próprios a conseguimos entender no seu âmago? Ser psicólogo não é ter as respostas todas na ponta da língua, desenganem-se, nem sacar de coelhos da cartola a toda a hora. Há coisas para as quais não estamos preparados e
letras e números, por muitas dores de cabeça que criem, não se comparam às dores infligidas por conflitos deste género.

Como se explica isto?

Como nos tem vindo a habituar, a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) disponibilizou orientações, desta vez para ajudar os pais e cuidadores de crianças a responder às dúvidas que os mais pequenos têm sobre este assunto. Li e deixo-vos de seguida a minha impressão, baseada no documento Conversar sobre a Guerra, acessível no site da OPP.

É inata a nossa necessidade de proteger os mais novos e de os privar de assuntos sérios e dolorosos. No entanto, também é nossa função apelar à sua curiosidade e promover a compreensão do mundo em que vivem.

A guerra, mesmo lá longe, muda a perceção que as crianças têm do mundo, pondo em causa a ideia de um mundo seguro e previsível. As imagens que vêem na televisão podem gerar medo e confusão e é por isso importante fornecer informação adaptada à sua idade e capacidade de compreensão para que recuperem o sentimento de segurança.

As crianças não vão ficar mais assustadas por conversarmos sobre a guerra. Mais assustador seria pensar que ninguém pode falar connosco sobre o que sentimos. Eu costumo dizer que os sentimentos existem para serem sentidos, desde que depois saibamos o que fazer com eles, e isso também se ensina, precisamente quando conversamos sobre temas difíceis e que provocam emoções desagradáveis. Para além de mostrarmos capacidade de lidar com o assunto, transmitimos ainda a confiança de que a criança precisa.

Mesmo que não compreendam exatamente o que é uma guerra, as crianças compreendem o que é o sofrimento e muitas vezes até conseguem encontrar analogias surpreendentes. Algumas crianças podem sentir medo e preocupação, temendo pela segurança dos seus. Alterações no sono, no comportamento, no apetite e na atenção são comuns e nos mais velhos podem desenvolver-se visões menos otimistas da vida. Assim, como conversar sobre a guerra pode ser complexo, aqui ficam algumas sugestões para o fazer:

– Perceber o que a criança já sabe sobre o assunto pode ser um bom ponto de partida. Mais importante que explicar é ouvir o que a criança tem a dizer e estar atento às suas expressões faciais, gestos ou tom de voz;

– Deixar a criança expressar os seus pensamentos e sentimentos. Algumas crianças poderão preferir desenhar, brincar ou contar histórias;

– Validar os sentimentos da criança. Dizer “Não te preocupes” não serve de grande ajuda, melhor será dizer “Pareces triste com o que está a acontecer. Eu também me sinto assim”;

– Adequar a linguagem e a informação à idade da criança. É importante sermos verdadeiros sem minimizar a gravidade da guerra, mas de nada adianta sobrecarregar a criança com informação desnecessária;

– Assegurar proteção e segurança. As crianças mais novas podem achar que um míssil pode chegar ao recreio da escola, daí que reforçar o contato físico (ex.: abraços, beijos) e manter as rotinas habituais pode ser uma boa ideia;

– Transmitir a ideia de esperança e de que há muita gente a tentar solucionar o problema (ex.: médicos, políticos, bombeiros, voluntários). Fazer notar os atos de bondade e de serviço aos outros lembra as crianças que apesar da maldade, o amor e a humanidade não se esgotam e que existem soluções não violentas para a paz;

– Assistir às notícias em conjunto com as crianças mais velhas. No caso das crianças mais novas é importante restringir o acesso à informação noticiada, evitando a exposição a imagens perturbadoras. No caso das mais velhas, o melhor será mesmo acompanhar as notícias em conjunto, encorajando-as a dar a sua opinião e a colocar questões;

– Evitar estereótipos. É importante não rotular grupos de pessoas pela sua pertença cultural, nacionalidade ou religião. Falar sobre a guerra é uma oportunidade para promover a tolerância e a compaixão;

– Encorajar comportamentos pró-sociais. Assim como nós, as crianças podem sentir-se melhor se puderem fazer alguma coisa para ajudar (ex.: doar brinquedos).

Se não souber responder a alguma pergunta, diga isso mesmo. Não diga que vai ficar tudo bem quando não tem essa certeza. É melhor reconhecer e partilhar os seus receios. Aproveite o clima de guerra para fomentar a paz. As crianças aprendem a lidar com a adversidade observando o modo como nós adultos o fazemos, por isso mostre-se empático, lide de forma não violenta com as suas emoções negativas, respeite a opinião dos outros, assuma responsabilidades, peça desculpa… Se o fizer estará a cumprir o seu papel e a contribuir para a paz.

Etiquetas: Cláudia Camponez
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