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Home Opinião

Como é que se chama aquele filme?

Ricardo Graça, fotojornalista por Ricardo Graça, fotojornalista
Fevereiro 21, 2022
em Opinião
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Aquele último do senhor que já foi canibal assassino e agora acaba a chorar pela mãe com os seus 80 e tal anos, transformado num bebé indefeso e assustado?  

Eu sou capaz de estar na fila da frente para ter Alzheimer, aliás, não sei se não tenho já umas pontadas. A minha memória é uma miséria, tenho azar às doenças, algo me diz que sou um candidato a esquecer tudo. Também pode ser demência. Uma das duas ou mesmo as duas. Nunca sei de nada, não me recordo dos filmes que vejo, dos livros que leio, de nomes, do passado e até de algum presente. Aproveito ainda estar na minha cabeça para deixar um pedido que no fundo é uma ordem. Se eu não vos reconhecer. Se deixar de ouvir maravilhado os pássaros a acordar. Se o nascer do dia por entre o nevoeiro não me levar de viagem. Se não souber quem sou. Se me tornar um estranho no espelho. Se me esquecer dos beatles, dos acordes, do ritmo, do sentido. Se as ruas não me disserem nada. Se os rostos forem indecifráveis. O que andarei cá a fazer? Se as dores guardadas ao longo do tempo desaparecem como poderei ser feliz? Uma coisa é questionar o que andamos cá a fazer, outra é não saber que não andamos cá a fazer grande coisa. Se a noção desvanecer. Se a falta de plano não for opcional. Se me tornar um peso. Se não andar. Se não souber dançar mal como sempre dancei. Se vaguear sem saber como me desligar do mundo. Se não souber quem somos. Se o sol não brilhar nos meus olhos. Se o sal do mar não me reanimar a pele. Não me deixem cá. Não quero prolongar o que já não existe. A vida não é só batimento cardíaco. É também a possibilidade de escolher o que esquecer. A velhice assusta, e não é pouco, para os novos, para os que ficam e para os que se tornam mais pequenos, engelhados, dependentes, mais lentos, mais repetitivos, mais surdos, mais cegos, mais perto do fim, assusta ainda mais. A velhice continua a ser enjeitada, os velhos deixam de ser pessoas inteiras, donas de opinião e vontades e isso não serve para mim. Não quero ser despesa nem  problema. Se não for riqueza, experiência e conhecimento não serei nada. Por isso se o meu corpo me abandonar. Se a minha cabeça já não for minha. Se o amor não morar cá, se não o souber sentir e definir, levem-me para baixo. Se eu me esquecer de morrer, matem-me por favor. 

 

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