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António Morgado, ciclista das Caldas da Rainha, com 18 anos, conquistou o melhor resultado português e a medalha de prata na prova de fundo para juniores do Campeonato do Mundo de Estrada, esta madrugada, em Wollongong, na Austrália.
“O António Morgado fez mais uma grande corrida. Em todos os anos que já levo como seleccionador – e passaram pelas minhas mãos todos os melhores corredores portugueses dos últimos anos – nunca vi, em júnior, um ciclista capaz de fazer o que o António faz. Aquilo que hoje todos puderam ver pela televisão, ele faz sempre. São demonstrações de força impressionantes”, afirmou o seleccionador nacional José Poeira, citado no comunicado da Federações Portuguesa de Ciclismo enviado às redacções.
Portugal prometeu discutir a corrida de 135,6 quilómetros e cumpriu, com o ciclista que recentemente fez a dobradinha no Campeonato Nacional de Estrada em juniores.
A Selecção Nacional acelerou a corrida na primeira das oito voltas ao circuito australiano, promovendo a primeira triagem de valores.
O ‘festival’ de António Morgado começou na terceira volta com o atleta a desferir inúmeros ataques, eliminando adversários atrás de adversários.
As movimentações mais fortes do português foram-se sucedendo a cada passagem no ponto mais duro do traçado, a subida do monte Pleasant, com 1100 metros, uma inclinação média de 7,7% e troços acima dos 10%.
Na penúltima passagem por essa dificuldade, o chefe-de-fila de Portugal deixou o grupo da frente com cerca de dez unidades.
Não satisfeito, o ciclista da equipa Bairrada atacou novamente, a 18 quilómetros da meta, na entrada para a última volta.
Desta vez, Morgado isolou-se e teve legítimas esperanças de conquistar a camisola arco-íris, pois chegou a dispor de mais de 20 segundos sobre os rivais mais directos.
Só que o alemão Emil Herzog conseguiu juntar-se ao português a três quilómetros da meta e a discussão do título ficou guardada para esse sprint a dois.
Ao fim de 3 horas, 11 minutos e 7 segundos de prova, numa velocidade média de 42,6Km/h, o germânico acabou por ser mais forte.
Ao ‘ler’ a corrida, o responsável técnico português afirmou ainda que António Morgado fez bem em atacar de longe porque “eliminou logo muitos adversários e garantiu uma medalha”. “No sprint poderia ter arrancado um pouco mais tarde, explorando mais a roda do alemão, mas o desempenho global é excelente”, enalteceu José Poeira.
Feitas as contas, António Morgado foi o segundo classificado e conseguiu o melhor resultado de sempre para Portugal em provas de fundo para juniores dos Mundiais de estrada.
O terceiro classificado, a 55 segundos, foi o belga Vlad van Mechelen.
Gonçalo Tavares, que fez praticamente toda a corrida no grupo dos favoritos, foi o 18.º, a 2m48s. Daniel Lima foi 38.º, a 11m50s.
Tiago Nunes foi 58.º, a 13m31s. José Bicho não terminou a prova.
