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Home Opinião

O Assombro Vivido

Paulo José Costa, psicólogo clínico por Paulo José Costa, psicólogo clínico
Outubro 29, 2021
em Opinião
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Quando tinha 10 anos, vivia num local onde em Agosto via passar uma etapa da Volta a Portugal em Bicicleta.

Os ciclistas subiam a “Calçada do Bravo”, que quem vive em Leiria sabe que tem algum grau de inclinação.

Da janela do meu quarto, vibrava com a caravana, ao mesmo tempo que na RTP visualizava em directo o certame velocipédico mais célebre do país, ali mesmo ao lado da minha casa.

Nessa altura, os itinerários na minha BMX eram muito erráticos e inspirados naquela impressiva experiência de ver passar um pelotão de heróis.

Com o meu primo e alguns amigos, marcávamos presença nas imediações das nossas casas para pedalar além do quarteirão.

Depois, por um raio mais afastado, usávamos a «bicla» para evasão e descoberta de um território distante daquele reduto demasiado proximal.

Em cinco ou dez minutos, estávamos a entrar em zonas de caminhos sem trânsito onde as aventuras eram afoitas, sem o risco de algum atropelamento pelos carros, que à época traçavam a rua em frente da minha casa, para aceder a Fátima como principal acesso, desde a N1, antes de existir auto-estrada.

Hoje com convicta ousadia, situo-me nesse quadro passado-presente.

E no ensejo em replicar o que os ciclistas faziam – num só dia realizar 130 Kms, batalhas quotidianas de heróis que se debatiam até à meta para subirem ao pódio.

No início deste mês de Outubro, realizei com um amigo uma epopeia velocipédica, em total autonomia.

Ao longo de 9 dias, com partida de Caminha (a 2/10) junto ao rio Minho e chegada a Leiria (a 10/10), ao encontro do Rio Liz.

Sem carros de apoio ou auxílio de terceiros, a não ser na deslocação para Caminha, e a decisão de dormirmos em alojamentos e de jantar em restaurantes, para garantir algum conforto e possibilidade de recuperação para a etapa subsequente.

A disciplina é parte integrante da prática da bicicleta. Pedalar é aprender a gerir o tempo – o tempo curto e o tempo longo (do dia ou da etapa).

E aqui reside uma espécie de postulado: a bicicleta é também uma experiência de eternidade. Conseguimos recuperar sensações, experiências, memórias, histórias e episódios vividos.

Num processo de estruturação da consciência, vamos renovando no corpo e nas aptidões mentais algo que se liga com um simples troar dos sentidos e das impressões.

Todos os ciclistas revivem as suas experiências lúdicas da infância. Brincam e recuperam prazeres da sua meninice, o que tem laivos de estóico e solidário.

A consciência da provação e dos momentos mais intensamente partilhados – os “pequenos nadas” que marcam toda uma jornada de um dia.

Sem deixarmos de considerar as devidas condições físicas e psicológicas necessárias à boa prática da modalidade, edificamos uma dimensão que enforma o sonho de um mundo (talvez utópico), onde a satisfação de viver poderia ser a prioridade, garantindo o respeito pelos outros, num binómio viável a que poderíamos chamar de humanismo-ciclismo.

Ficam as somas dos quilómetros e a altimetria realizados nesses 9 dias: 1017kms (em Portugal e Espanha) e 16.700 metros de desnível acumulado (somatório das subidas).

Maurice Leblanc não poderia estar mais certo: “A bicicleta é um aperfeiçoamento do próprio corpo, quer dizer, o seu acabamento. O homem e a máquina são um só. Não são dois seres diferentes (…), dois instintos em oposição. Não, é um só ser, um autómato feito de uma só peça. Não há um homem e uma máquina, há só um homem mais rápido.”

Etiquetas: opiniãoPaulo Costa
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