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Home Opinião

Apologia da diferença

Nuno Reis, professor e investigador por Nuno Reis, professor e investigador
Agosto 28, 2021
em Opinião
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O ser humano busca constantemente afirmar a sua individualidade.

Entre uma massa de mais de sete mil milhões de pessoas, cada humano necessita de um nome, de uma personalidade, de um estilo de indumentária, de um penteado distintivo, de hobbies únicos.

A existência humana busca continuadamente a unicidade e a singularidade.

Esta busca de individualidade é, porventura, maior nas férias.

Nesta altura, as pessoas querem ocupar areais (com distanciamento aprovado pela DGS) de Norte a Sul do país. Mas, não apenas estender o corpo ao sol.

É necessário informar todos os seus seguidores que estão precisamente naquela praia. Naquela praia da moda, onde só aquele distinto indivíduo está (e mais alguns milhares de pessoas).

Para todos os seres humanos que são alternativos, a solução é óbvia.

É necessária uma cascata! Com água verde – que não denuncia o quão gelada está – e uma casual sessão fotográfica que não mostre as centenas de pessoas que rodeiam o modelo.

E, naturalmente, nunca comentar que foi preciso fazer uma hora a pé por caminhos de cabras debaixo de um sol abrasador, depois de ter passado outra hora no trânsito que seria inadmissível num rotineiro dia de trabalho.

Apenas um paraíso individual e exclusivo.

Já para os hipsters, uma única hipótese: passadiços e baloiços.

Durante o dia, numa serra anónima, calcorreiam-se metros de tábuas lotadas sem destino claro, qual visita a centro comercial na quadra natalícia.

Mas sem perder o ritmo, porque ao final do dia é fundamental registar o pôr-do-sol num qualquer baloiço que garanta uma selfie única, igualzinha às dezenas que já foram vistas no ‘instacaras’.

A singularidade humana é manifestamente exagerada.

A vontade de ser único é, normalmente, limitada pelo receio de ser excêntrico, estapafúrdio, maluco. Prefere-se, na verdade, a segura ilusão da singularidade numa amálgama indistinta.

Uma ilusão de não fazer parte de uma multidão, mas sem assumir o destaque de escapar à norma “praia-cascata-passadiço-baloiço”.

No fulcro da individualidade, os humanos são todos bastante iguais – diria até previsíveis. Apesar da busca pela individualidade, o humano é um animal gregário.

Necessita de pertença a um grupo por segurança, motivação e realização.

Mas o fino limiar entre a integração num grupo de semelhantes e a individualidade que cada ser humano busca é, provavelmente, o maior desafio de um quotidiano no mundo ocidental.

“Ah, mas eu sou diferente!” é provavelmente a frase mais repetida. Tão diferentes, mas com tantos comportamentos tão semelhantes – na aparência e na essência.

E sem questionar a essência, sem questionar onde reside, de facto, a diferença face à maioria, serão diferenciados?

Fazem a diferença na luta contra o racismo, a desigualdade de género, o aquecimento global e a tomada de Cabul pelos talibãs?

Mas, se me permitem os caros leitores, acabo esta crónica de forma abrupta porque marquei um gin com uns amigos ali ao sunset no rooftop cheio de influencers e já está na hora. Boas férias a todos!

 

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990

Etiquetas: Nuno Reisopinião
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