PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Opinião

Adam Smith e Maquiavel vão à bola

Nuno Reis, professor e investigador por Nuno Reis, professor e investigador
Junho 19, 2021
em Opinião
0
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

À medida que o ritmo de picadelas nos braços aumenta, retomam-se gradualmente grandes eventos com a presença do público. Os maiores eventos que tivemos – para já – estão ligados ao futebol.

A final da Liga dos Campeões de futebol foi precursora: agendada para a Turquia, foi transferida à última hora para o Porto.

Justificação: poder receber adeptos dos clubes intervenientes (dois clubes ingleses, por sinal), que estavam impedidos de se deslocar à Turquia por razões sanitárias.

Os resultados são conhecidos: um fim-de-semana sem observar as regras sanitárias, coroadas com desacato e pancadaria. As autoridades (policiais e políticas) assistiram com razoável indiferença à situação.

Entretanto, começou o Euro 2020 (apesar de estarmos em 2021: supõe-se que corrigir o merchandising daria demasiado trabalho). Os vários jogos já disputados têm em comum a existência de público nas bancadas.

Esta é, aliás, condição imposta pela UEFA, que transferiu jogos de Bilbau para Sevilha para que pudesse haver público nas bancadas. Dir-me-ão que a UEFA está preocupada com a emoção e o entusiasmo que passa das bancadas para o relvado.

Eu desconfio que há motivos mais óbvios. Sobretudo depois do infeliz espetáculo a que assistimos no jogo entre Dinamarca e Finlândia: um jogador colapsou, esteve à beira da morte (felizmente sobreviveu e parece fora de perigo) e tiveram de ser os próprios colegas de equipa a fazer uma barreira para dar privacidade num momento de particular fragilidade.

Tudo enquanto a realização da transmissão futebolística se entretinha a dar repetições sem fim do colapso do jogador e da sua esposa em pânico na bancada.

O jogo foi retomado pouco depois de o jogador ser levado para o hospital, por imposição da UEFA. Os destroçados dinamarqueses serão certamente uns piegas sentimentais, se não recuperam em meia hora.

Estes pequenos apontamentos – apenas dois exemplos recentes – mostram que o futebol profissional é tudo menos um desporto.

Pode haver até uma bola e uns rapazes a correr atrás dela, mas na verdade é um negócio: manda o dinheiro e esse é o único critério de interesse para os decisores (dos clubes, às federações e naturalmente a UEFA/FIFA).

Que interessa se existe um ser humano caído em risco de vida, quando isto dá um tão bom espetáculo televisivo?

A emoção a ser vampirizada a troco de mais umas audiências (que rendem mais uns milhões, naturalmente).

O que interessa se não estão garantidas as condições sanitárias, se é fundamental ter presentes uns milhares de espetadores e um regime fiscal favorável?

O futebol profissional é, atualmente, o pináculo do capitalismo.

Um mundo autorregulado, sem intervenção pública – nem vontade de intervir. Tudo pelo lucro (e interessando pouco se a bola entra ou não).

Um mundo sem lei nem ordem, sem observar sequer as mais básicas disposições legais, em que apenas os mais fortes sobrevivem – independentemente dos métodos que usam.

Um mundo em que Adam Smith e Maquiavel seriam apenas treinadores de bancada.

 

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990

Etiquetas: Nuno Reisopinião
Previous Post

Cinema | O Agente Infiltrado

Próxima publicação

CEPAE faz parcerias na região

Próxima publicação

CEPAE faz parcerias na região

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.