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Letras | As ex-colónias voltam à atenção do nosso quotidiano

Jorge Vaz Dias, poeta inacabado, amante das artes e da vida em geral por Jorge Vaz Dias, poeta inacabado, amante das artes e da vida em geral
Abril 14, 2021
em Opinião
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Desta vez é o Daesh no norte de Moçambique.

Mais uns atentados que, infelizmente, se vão tornando recorrentes na região desde 2017, e que perturbam o ocidente neste binómio centro-margem, mas pior, dizimam moçambicanos aos milhares e deslocam às dezenas de milhar.

Palma, vila de distrito de Cabo Delgado que acolhe os grandes projectos de gás do Norte, foi atacada por insurgentes jihadistas. 

Pontos estratégicos entre ocidente e terroristas. No meio um povo, um país que sofre, um continente que vive de tantas diferenças, mas que se vê tido como um só, delimitado por aquilo que achamos, como europeus, ser, organizado, demarcado, controlado. À nossa imagem.  

Regressei a O Último Voo do Flamingo, de Mia Couto, publicado em Portugal, no ano de 2000, quando Moçambique completava 25 anos de sua independência. Podemos compreendê-lo, desse modo, como a celebração de um país independente, como a reescrita de Moçambique, a partir da literatura.
 
A narrativa é polvilhada de símbolos e ditos nas línguas locais, tanto no início dos 21 capítulos que surgem em epígrafe localizados no espaço da narrativa, vila fictícia de Tizangara, no interior de Moçambique, e através do tradutor (e narrador) ao emissário europeu que investiga as estranhas explosões de capacetes azuis da ONU.

Uma estratégia de relembrar neste romance, a poesia das cores, dos cheiros, o misticismo e a imaginação que é a importância da expressão moçambicana sobre a língua oficial e comum a ambos os países que é a própria língua portuguesa. 

Mas receamos quando a nossa posição eurocêntrica é ameaçada na “periferia”, quando, por exemplo, rebentam sem explicação soldados da ONU, da mesma forma quando os nossos postos estratégicos são “ameaçados” em Cabo Delgado.  

Vem a poesia nesse cheiro da terra.  

Um emissário italiano é destacado pela ONU para investigar o estranho caso, acompanhado pelo tradutor (narrador) nomeado pelo administrador local. Para auxiliar na investigação, convocam uma prostituta para desvendar do membro genital que sobrou da explosão, a identidade dos mortos. 

O emissário apaixona-se por uma mulher com cara de velha e corpo de jovem. Ela representa esse misticismo que África provoca no ocidente enquanto faz dissipar o absurdo inexplicável da existência de órgãos genitais que soçobram das violentas explosões. 

Expondo o culpado, Mia Couto reitera como os governantes se têm aproveitado da desgraça do próprio povo para se cristalizarem no poder nos últimos anos neste país. 

O relatório do emissário, transformado em ave de papel, dá-se em voo de flamingo, entre a crueza da realidade e as cores da fantasia, que vivem na esperança dum povo que fala a mesma língua, mas se expressa em tantos sonhos de um futuro que se vê traçado nos seus céus.

Etiquetas: ataquescrisecríticacrónicaexploraçãofortesfracosguerrainocênciaitáliajihadJorge Vaz diasletrasliteraturamia coutomoçambiqueo último voo do flamingoonuopiniãopalmaportugalterrorterroristas
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