Portugal Ceramics é o nome da nova marca para a cerâmica nacional, apresentada recentemente pela associação Apicer.
Sob o mote The Art of Possibility, tem como principal propósito “comunicar um posicionamento do sector que seja autêntico, relevante e diferenciador, e melhorar a comunicação e a imagem” desta indústria, essencialmente nos mercados internacionais.
“O que se pretende com esta marca é que represente todos os produtores de cerâmica em Portugal, em especial produtores de loiça utilitária e decorativa e de pavimento e revestimento”, explica ao JORNAL DE LEIRIA Cláudia Domingues, responsável pela Unidade Autónoma da cerâmica decorativa e utilitária na Apicer.
A também responsável da cerâmica António Rosa, de Alcobaça, adianta que se pretende que a Portugal Ceramics seja “reconhecida como uma marca de produto de qualidade, único, com design, com valor acrescentado, que é produzido segundo os padrões de sustentabilidade e respeito pelo meio ambiente e pelo ser humano que o produz. Que seja uma marca de confiança e com tradição”.
O projecto começou a ser pensado há já dois anos e previa a adesão de qualquer empresa produtora de louça utilitária e decorativa, de pavimentos ou revestimentos, fosse ou não associada da Apicer, adianta Cláudia Domingues.
A responsável lembra que o sector da cerâmica em Portugal emprega cerca de 18 mil pessoas, tem cerca de 175 empresas com mais de 10 trabalhadores e exporta para cerca de 158 países do Mundo.
O volume de negócios supera os 1100 milhões de euros, segundo dados da Apicer.
“Com esta marca pretendemos alcançar mais mercados, aumentar o volume de exportações e, principalmente, levar o cliente a reconhecer que o produto cerâmico português é uma referência no Pais e no Mundo, e a torná-lo um produto de desejo”, remata.
“A marca Portugal Ceramics é essencial para todos nós ceramistas, porque vai de certeza ajudar a alavancar o que de melhor se faz em Portugal nesta área, de uma maneira mais profissional e concertada”, acredita Nuno Graça.
O CEO e export manager da Jomazé, empresa de Alcobaça que se associou ao projecto desde a primeira hora, adianta que “é fundamental saber passar a mensagem de que em Portugal temos empresas, mestria e história, autenticidade e paixão no que fazemos, com a flexibilidade necessária para os mais diversos projectos, respeitando sempre os mais elevados padrões, com credibilidade a nível da sustentabilidade e responsabilidade social”.
“Esta marca ajudará a passar essa imagem da cerâmica portuguesa pelo mundo e, com isso, a criar nos mercados a segurança necessária para apostarem nas nossas empresas como parceiros de negócio”, entende Nuno Graça.
Para o gestor, “é fundamental que as empresas se empenhem em cumprir com os predicados que a marca transmite, e cada um de nós saiba manter e se possível elevar os mesmos, pois só com credibilidade a marca poderá ter sucesso”.
A Portugal Ceramics “eleva o patamar de exposição, mas eleva também o grau de responsabilidade das nossas empresas para cumprir com a mensagem da marca”, sublinha o CEO da Jomazé.
Nuno Graça lembra que quando este projecto foi pensado ninguém previa o cenário que estamos a viver.
“O mundo está completamente transformado devido ao contexto actual de guerra, mas também a nível económico com os aumentos de taxas de juro, o que vai afectar significativamente o mundo e as nossas empresas”.
As de cerâmica “têm um desafio maior, que são os custos nunca antes vistos e esperados em toda a supply chain, muito em especial no gás, que é essencial para a produção”, sublinha.
Criada ao abrigo do projecto Intercer – Promoção da Internacionalização da Cerâmica Portuguesa, a Portugal Ceramics implicou um investimento na ordem dos 930 mil euros, apoiado pelo Compete 2020, avança o Dinheiro Vivo.