PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Opinião

A centralidade do afecto no encontro com pessoas que usam drogas

Patrícia António, psicóloga e psicoterapeuta por Patrícia António, psicóloga e psicoterapeuta
Novembro 19, 2020
em Opinião
0
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

Uma carreira fundamentalmente vivida por entre equipas multidisciplinares e maioritariamente na intervenção em Comportamentos Adictivos e outras Dependências (CAD).

Primeiro uma breve passagem pela Arisco, na Equipa do Oeste, com o projecto “Aventura na Cidade”.

Depois de Lisboa para Grândola, para trabalhar em part-time como psicóloga clínica na Comunidade Terapêutica “A Ponte”. Em seguida, de Lisboa para Bragança e as suas “10 horas de distância” distribuídas em quase quatro anos de trabalho intensivo na Equipa de Tratamento de Braganç a para depois regressar a Lisboa e à E quipa da Unidade de Alcoologia onde já estou há 12 anos.

E, pelo caminho, também houve o Núcleo das Doenças do Comportamento Alimentar no Hospital de Santa Maria. Estes 20 anos reflectem muitas intensidades, muitos afectos e emoções fortes, grandes aprendizagens, desafios diários, e algumas birras pessoais pelo meio, a fazer lembrar o Dr. Joel Fleischman na série “Northern Exposure”, um jovem médico recém-licenciado, tal como eu, e que vindo de Nova York foi obrigado a iniciar a sua prática clínica na excêntric a cidade Cicely no Alasca.

Mas, na verdade, tal como Joel Fleischman, fui crescendo e fui-me ligando e afeiçoando às diferentes pessoas com quem me fui cruzando nas diferentes cidades e seus ambientes, interioridades e particularidades.

Tornei-me mais humana, mais compreensiva, mais atenta e mais segura do valor que tem a importância de estabelecer, no trabalho clínico diário com pessoas que usam drogas, uma “nova relação” que securiza, que aceita a pessoa onde ela está e que, simultaneamente, consegue dar espaço e voz a dores antigas e escondidas que durante anos a fio só puderam ser anestiadas, quer em contexto do tratamento quer em contexto da redução de danos. E muitas e muitas vezes ouço: “Dra. se eu parar dói”.

E aqui emerge o lugar da centralidade do afecto. A afectividade é absolutamente central em toda a experiênc ia humana.

Trata-se de um conhecimento de nível visceral, veiculado por memórias processuais profundamente implantadas no nosso corpo e na personalidade de cada um de nós, que vão influenciar determinantemente a nossa experiência relacional com o mundo (interno e externo) pela vida fora.

E isto conta, conta muito, porque no coração do nosso desenvolvimento está a relação, o colo, a empatia, o afecto, a colaboração. E a relação implica sempre que o objecto de amor seja primeiramente investido. Como afirma Coimbra de Matos (2017): “melhor vinculação parental, maior resiliência do filho”.

No entanto, não foi assim com o António (nome fictício). Em lágrimas dizia-me: “Eu não presto, eu bati, eu agredi, eu maltratei, como é possível eu estar agora aqui a chorar compulsivamente ao pé de si ?!”

Porque aqui pode, digo-lhe. Nesta nova relaç ão terapêutica é agora seguro para o António poder chorar os choros interrompidos, as necessidades de afecto e de segurança tantas vezes engolidas e logo a seguir anestesiadas pelo álcool e pelas drogas e fazer-se passar apenas por ser o “feio, porco e mau”, fruto de uma violência familiar traumática que sofreu muito antes de a exercer.

Aqui e agora na nossa relação é possível escutar para além do óbvio e dar nome à dor e chorar, confiar e encontrar as palavras capazes de restabelecer a comunicação consigo próprio e também comigo.

Agora já não está sozinho e juntos poderemos vir a encontrar novas formas de se transformar e desenvolver, alcançar a consciência de que existe e tem um lugar de afecto capaz de construir um projecto futuro, desejar viver, amar e ser feliz.

Etiquetas: afectividadeálcoolcuidadomenteopiniãopaixãopatrícia antóniopsicologia
Previous Post

Portugal 2020

Próxima publicação

Música | Quando os Simpsons fazem estragos na terra de Robin Hood

Próxima publicação

Música | Quando os Simpsons fazem estragos na terra de Robin Hood

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.