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Diário de um sorriso

João Lázaro, psicólogo clínico e director do TE-ATO por João Lázaro, psicólogo clínico e director do TE-ATO
Novembro 12, 2020
em Opinião
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Sorriso ocultado, sorriso suspenso dum tempo dissonante, sorriso adivinhado por de trás de um farrapo farpado, sorriso retraído de sem vontade, sorriso murado, sorriso que não quer parecer egoísta, sorriso que não se pode partilhar, sorriso sufocado, sorriso enviado e nunca chegado.

Mas também sorriso desejado porque amado e apreciado, encantado e sedutor, sorriso assinatura de um rosto, sorriso que ilumina o dia e fantasia a noite, sorriso que confirma outro sorriso, cúmplice, enigmático, fantástico, aberto e esclarecedor, sorriso empático ou simpático, sorriso genuíno e franco, aberto ou adivinhado, sorriso que diz vem cá que te espero há tanto, sorriso convite, sorriso agradecimento, sorriso que acompanha um pedido, sorriso que retribui, sorriso dádiva.

Sorriso saudade, também.

Saudade do sorriso madrugador do Carlos e da Marta que me desperta a alma com o primeiro café da manhã, caprichado no tirar e apurado pelo sonoro bom-dia que é todo ele honesto no sentir com que é dito.

Saudade do sorriso cariado do indigente que diariamente me suplica imperativo um cigarrinho.

Saudade do sorriso da Paula do quiosque que ameniza a amargura das manchetes e faz do lead coisa tragável mesmo na notícia que não gostaria de ler.

Saudade do sorriso das funcionárias do banco, que por o dizerem com ar sério e sempre a sorrir, quase me fazem acreditar na justeza das taxas e comissões a que os gestores, lá longe, me obrigam contra a minha vontade.

Saudade do sorriso da Rosário e do Toli (o Rui nunca sorri, só ri alto e sonoro quando lhe dão razões para isso), vizinhos de outros ofícios, quando abrimos em simultâneo a porta dos prédios.

Saudade do sorriso das senhoras, cavalheiros e meninas que minhas e meus vizinhos são e diariamente abrem as suas e de outros lojas para sorrir aos possíveis compradores de mil coisas que são vendidas na minha rua.

Saudade do sorriso do Rui (este é outro e meu senhorio), sempre acompanhado de um comentário bemdisposto mesmo quando o negócio corre mal, mas que sorri sempre para toda a gente e faz com que dos sorrisos se faça uma teia de cumplicidades.

Saudade do sorriso sonoro do sr. Nabais que também vende lâmpadas e do sorriso da Filipa que não vende lâmpadas, mas com o seu sorriso ilumina as cores dos vestidos que vende.

Saudade do sorriso da menina da farmácia que, em segredo, mistura ternura ao composto que a idosa todos os meses vai levantar e que lhe faz tão bem às maleitas, mal sabe a velhota que é a alquimia fantástica do seu sorriso misturado com o sorriso da menina da farmácia que a faz sentir melhor antes mesmo de tomar o comprimidinho matinal.

Saudade do sorriso da Cristina que acarinha quando cozinha, da Paula e da Filipa (esta é outra e põe-me sempre na mesa uma tacinha de azeitonas temperadas com simpatia e cuidado por mim) e do sr. António que sorri sempre para as suas Catarinas e tem um sorriso mais aberto quando o Benfica ganha.

Saudade do sorriso dos que vejo apenas de vez em quando e que gostaria de ver todos os dias, mas que partilham sorrisos com que alimentamos a simpatia íntegra que nos une.

Saudade do sorriso dos que muito prezo aqui não nomeados, mas jamais esquecidos.

Amanhã, sim, mesmo que invisível, vou continuar a sorrir.

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfrico de 1990

Etiquetas: João Lázaroopinião
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