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Home Viver

No diálogo entre o barro e a dança, há histórias esculpidas em corpo vivo

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Novembro 24, 2022
em Viver
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No diálogo entre o barro e a dança, há histórias esculpidas em corpo vivo
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O corpo manipula o barro e a dança manipula o corpo. No novo projecto de co-criação da única companhia profissional inclusiva em Leiria, há oleiros que se tornam matéria-prima e dois mundos em diálogo, com um olhar contemporâneo sobre práticas ancestrais.

Maciço inspira-se no ambiente das serras de Aire e Candeeiros para elevar o chão comum ao estatuto de arte e destacar a ligação à terra, entendida como a casa a que se quer voltar.

“O maciço é uma pedra gigante, é um chão que nos une a todos, e embora pareça muito robusto e forte, e que sustenta uma humanidade, o chão que todos nós pisamos, ele é na verdade bastante frágil, na medida em que com a erosão e com a manipulação do Homem, e com as alterações que vai sofrendo, vai-se sedimentando até chegar a fragmentos tão pequeninos que dão origem ao barro”, explica Marina Oliveira, coordenadora artística da companhia Corpo e gestora do projecto Maciço.

A inclusão é um dos valores da companhia Corpo, ancorada na Associação de Dança de Leiria. No projecto Maciço participa um bailarino com deficiência cognitiva e uma bailarina com 45 anos de idade, além de bailarinas mais jovens, contratadas após prestarem provas. Não há distinção entre profissionais e não profissionais. Todos recebem o mesmo e partilham a co-criação.

Ana Lousada e Carlos Neto, da Casa da Olaria, no concelho de Porto de Mós, são os ceramistas acostumados a manipular o barro que nos ensaios (e em 2023, ano da estreia, também no palco) se transformam, eles próprios, em matéria-prima.

“O ceramista é a obra”, comenta Marina Oliveira. “O barro já é só matéria-prima, porque a obra são eles”.

Dança, vídeo, música

No projecto multidisciplinar, que pretende contar histórias esculpidas em corpo vivo, cruzam-se as artes performativas (dança), as artes visuais e multimédia (vídeo) e as artes plásticas (a olaria), além da música, que incluirá um grupo de concertinas no processo de recolha.

O objectivo é criar um objecto artístico tripartido, que fornece perspectivas que se complementam, mas podem existir separadamente: um espectáculo de palco com banda sonora, manipulação de barro ao vivo, dança, performance e projecção de imagens; um vídeo da autoria do cineasta Rafael Almeida, em que a dança serve a linguagem do cinema, e que poderá seguir uma itinerância própria em salas e festivais; e um documentário, com entrevistas e filmagens no meio natural, ou seja, o parque natural das serras de Aire e Candeeiros.

Ensaio no estúdio da Corpo (Foto de Ricardo Graça)

“Tem-nos conduzido a fazer coisas incríveis (…) tem sido uma surpresa”, diz Ana Lousada, sobre o trabalho de co-criação que coloca em evidência a “ancestralidade” e a “sabedoria” a que o barro, “matéria incrível”, com possibilidades infinitas, “sempre esteve ligado”, enquanto “prática antiga” que responde à “necessidade de nos expressarmos”.

“A matéria-prima que é o barro, que nós estávamos habituados a transformar naquele processo de objectos utilitários ou decorativos, aqui, pode levar a outra dimensão”, acrescenta Carlos Neto, para quem é importante “não ficar preso a uma determinada identidade, a um determinado trabalho”.

Da pesquisa de campo e de estúdio iniciada em Outubro já constam encontros, visitas a pedreiras e barreiros, ensaios nas instalações da Associação de Dança de Leiria no estádio municipal e na oficina de olaria de Ana Lousada e Carlos Neto, e, também, uma residência.

“Estivemos, literalmente, uma semana embebidos na serra, em várias zonas da serra, para podermos beber das pessoas, das histórias”, conta Rute Vitorino, coordenadora artística da companhia Corpo e responsável pela coreografia do projecto Maciço, em que também participa como bailarina.

Estreia em 2023

O que está a ser desenvolvido é, segundo Rute Vitorino, “uma viagem sensorial”, em que se expressam o tacto, o cheiro e os sons da Natureza, que busca “inspirações de tradições, que se vão perdendo”. Os encontros, os rituais, o canto e a dança de outras eras. “Não vamos criar uma escultura, ou até que sim, mas é algo muito abstracto”, antecipa. O movimento conduz o destaque para a “identidade” e para a “interacção com o meio”, numa narrativa que “pode não ser linear” mas tem “dimensão poética”.

“Para quem tiver sensibilidade para a descobrir”, concorda Marina Oliveira, “há sempre uma mensagem implícita, há sempre poesia”. Maciço “vai beber às raízes” e às rotinas da “manualidade” e do “fazer com as mãos”, mas, numa dualidade procurada, a tecnologia utilizada pelo realizador Rafael Almeida oferece “uma dimensão do século XXI” sobre a ruralidade resgatada na serra.

Ensaio no estúdio da Corpo (Foto de Ricardo Graça)

No caminho que o projecto Maciço tem pela frente, vislumbra-se, por outro lado, um contributo para a preservação de modos de vida e de ofícios tradicionais, de que a olaria faz parte.

Há vontade de apresentar o espectáculo, pelo menos uma vez, na serra, para as comunidades que, de algum modo, inspiram a coreografia. “Fomos buscar coisas à serra mas também queremos deixar alguma coisa”, conclui Marina Oliveira. Há, também, interesse em tentar um percurso internacional, mas, para já, a primeira meta é a estreia, em Março do próximo ano.

Maciço – Histórias Esculpidas em Corpo Vivo é um dos projectos financiados pela Rede Cultura, com um apoio no valor de 20 mil euros, distribuído no decurso de uma convocatória pública, com selecção por júri, em Abril de 2022.

Etiquetas: corpodançaLeiriaMaciço
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