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Home Opinião

No meio da incerteza, a certeza das cortinas de croché

Amélia do Vale, professora por Amélia do Vale, professora
Julho 17, 2020
em Opinião
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Gosto de ver cortinas de croché nas janelas.

Ao olhá-las, umas vezes fico alegre e outras fico triste. O que querem?

Educada como fui para o determinismo, tenho a mania de colar uma história imaginária a tudo o que observo.

Por exemplo, à feitura destas cortinas associo sempre o trabalho de uma mãe ou de uma avó preocupadas em embelezar e dar conforto à casa onde vive a sua família.

Nas casas de praia, gosto de pensar que as janelas que exibem as ditas cortinas são lares de família felizes enquanto as outras, as de janelas nuas ou com cortinas minimalistas, para mim não passam de casas para alugar a veraneantes.

As primeiras suscitam-me um sentimento agradável, mas as segundas nada que valha a pena me dizem.

Já quando passeio na cidade e vejo trapos, outrora cortinas de croché, a pender nas janelas partidas de uma qualquer casa abandonada ou quando, na feira das velharias, as vejo à venda numa banca, sinto-me invadida por um enorme sentimento de tristeza.

Penso, desconsolada, como pode tanto amor estar a ser tratado assim? Claro que racionalmente isto é um disparate!

Como posso eu considerar umas cortinas de croché como um acontecimento determinante na revelação do muito ou do pouco amor que alguém dedica ou dedicou a quem as fez?

Às vezes ainda me esqueço de retirar do meu imaginário a linha reta do determinismo. A este propósito, recordei-me da necessidade de ter presente o que aprendi no livro Os sete saberes necessários à educação do futuro, de Edgar Morin.

Que bom seria que aos jovens, na escola de hoje, fosse ensinado que o que pensamos saber não é a realidade, mas a tradução que dela fazemos através das nossas perceções e que tal se aplica a todo o conhecimento.

Pois não vemos todos os dias, sobre a pandemia da Covid-19, cientistas a defenderem pontos de vista diferentes e por vezes até contraditórios?

Assim sendo, tenho para mim que a capacidade criadora do ser humano, seja ela para imaginar uma história ou para formular uma hipótese em laboratório, é a mesma, apenas o produto da primeira não tem limites, suporta-se em palavras e ideias e nela podem caber todas as conclusões.

Já a outra, a produtora de Ciência, carente de números e generalizações, é sempre, fatalmente, limitada pela incerteza do inesperado ou do que ainda não se conhece.

Perante tal fragilidade irresolúvel do conhecimento científico, concluí ser, de facto, a incerteza a única certeza que a Humanidade possui, logo, fatalmente, ela é inerente à vida e não há como ser surpreendido por ela. Bem, bem, mas a única certeza não será!

Eu, por exemplo, tenho outra: sei que de certeza é de amor que as cortinas de croché, todos os dias, me continuarão a falar!

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990

Etiquetas: Amélia do Valeopinião
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