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Cinema | Ennio Morricone e o Punctum de Barthes

Erica Faleiro Rodrigues, directora artística dos festivais utopia.co.uk e underscore.pt por Erica Faleiro Rodrigues, directora artística dos festivais utopia.co.uk e underscore.pt
Julho 11, 2020
em Opinião
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Urge, portanto, escrever uma homenagem. Mas como escrever sobre alguém cuja obra se ouve?

É importante assumirmos a consciência dessa quase impossibilidade, da deslocação do êxtase experienciado por um dos sentidos para outros.

A impossibilidade de se ouvir música num texto que é lido.

Nenhum texto sobre qualquer composição sua poderá sequer aflorar o sentimento de a escutar. A prolífera carreira de Ennio Morricone produziu inumeráveis bandas sonoras, para filmes, e séries de televisão.

Impossível, também, é nomear, fazer uma justa homenagem neste pequeno espaço a todas as que se tornaram relevantes, a todas as que nos emocionaram.

Como tal, este espaço de memória terá de ser aleatório, regido pelo critério da memória desta autora.

A última cena de Cinema Paraíso, de 1988, realizado por Giuseppe Tornatore, disponível no YouTube.

Proponho-vos este exercício em três partes: primeiro ver e ouvir a cena, de seguida vê-la apenas sem som, e por último ouvi-la apenas.

Nesta cena, vemos Salvatore “Totò” Di Vita, interpretado já na sua dimensão de homem de meia-idade por Jacques Perrin, assistindo à projecção de uma sequência de cortes da censura a beijos e cenas de sensualidade, num crescendo visual de afectos a preto e branco.

Salvatore emociona-se recordando o trabalho do amigo projeccionista falecido, Alfredo. E o que nos conta a banda sonora de Ennio Morricone que acompanha estas imagens?

Conta-nos uma história de emoção, da paixão do pequeno Totò pelo cinema, da sua descoberta do desejo pelo feminino através da sua cumplicidade com Alfredo e de poder entrar na sala de projecção, numa época em que, em Itália, se censuravam os filmes.

Faz-nos sentir que já não podemos de facto voltar ao passado das memórias boas de infância, que isso nos entristece, mas que essa tristeza tem de ser superada pela beleza das memórias de infância e adolescência, que precisam de ser motores da alegria, de trazer um sorriso a quem já está na meia-idade, para sentirmos que a vida tem sempre que ser vivida em pleno.

Quando vemos a cena sem a música de Ennio Morricone, não deixamos de a sentir bela, compreendendo que o personagem se emociona e vendo na sequência dos cortes da censura uma lindíssima homenagem a uma certa época dourada do cinema.

No entanto, algo se perdeu, talvez um certo punctum de que falou Roland Barthes?

O punctum, algo que nos perturba e nos leva para lá da mise-en-scène e que nos faz mergulhar no profundamente pessoal, algo que nos inquieta e nos dá ao mesmo tempo um prazer emocional e intelectual mais profundo.

Quando ouvimos a música sem vermos as imagens do filme, já não precisamos das imagens, as imagens estão dentro de nós.

E o punctum ficou lá e a nossa emoção jorra, Ennio Morricone tomou de assalto o nosso coração e a nossa cabeça, e a inquietação e o prazer reinam.

Etiquetas: barthésCinemacríticaennio morriconeÉrica Rodriguesopiniãopunctum
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