PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Opinião

Desabafo

Helena Veludo, arquitecta por Helena Veludo, arquitecta
Junho 26, 2020
em Opinião
0
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

… desconfinar não é simplesmente voltar a ocupar o espaço comunitário, mas é poder, sim, habitá-lo plenamente…
é sentir-se protagonista e participante de um projeto mais amplo e em construção, que a todos diz respeito.…
É na comunidade que a nossa história começa.
Quando do eu fomos capazes de passar ao nós e de dar a este uma determinada
configuração histórica, espiritual e ética.
José Tolentino Mendonça, 2020-06-10

Escrevo e volto a escrever esta crónica, de testemunho a desabafo, de lamúria a confissão, a desilusão acompanha-me. E reescrevo.

Passou o solstício de Verão e como de carrossel as palavras “…os rituais são … dispositivos de protecção. quando desaparecem, sentimos a intempérie…”.

E caminho pela cidade, ouço os pássaros, assobio-lhes e às vezes respondem. Sigo aquela rua que sei que tem as rosas santa teresinha e os odores das tílias e olho as nêsperas que em outros tempos comia pela cidade e me tingiam as unhas.

Alento e desalento, avalio os pontos ritualizantes agora fracturados pelas intempéries – levantar, ver o dia nascer, arejar casa, lavar, café, pequeno almoço e roupa para o filho, sair, andar pela cidade e se terça feira, mercado, casa – desinfectar.

Voltar ao atelier, voltar a casa dar abraço ao filho e relembrar-lhe a hora da primeira aula, voltar ao atelier, intempérie um, preparar almoço, almoço, arrumar, intempérie dois, dar lanche, intempérie três, hora de rua com filho, voltar a casa, banho, fazer jantar, arrumar, intempérie quatro, deitar, dormir ou não, intempérie cinco.

De intempérie em intempérie a capacidade de reacção diminui e o desalento aumenta.

É preciso reagir, mas estou cansada e zangada e esta comunidade em que me insiro e pertenço, sinto-a cansada e zangada, e parece que de cansaço em cansaço, de zanga em zanga, desistiu e se conforma com um destino que todos plasmamos alheio.

Mas este momento em que vivemos não nos é alheio, não exclui nenhum de nós.

Fragiliza todos e sim, uns mais que outros, e sei que todas as vidas importam e, que o todo é diferente do somatório das partes, mas que é o todo, o colectivo, que é/será capaz de determinar uma configuração histórica, espiritual e ética e, finalmente, que a este todo pertenço e partilho o gesto.

Apetece-me gritar que estamos em modo de sobrevivência, muitos a enganar muitos outros, e fazer de conta que não sabem que este seu fazer de conta está a manipular com toda a desfaçatez o outro.

Aos que têm a sua sobrevivência garantida não importam os que não têm e ainda não perceberam que se a têm é porque os que oportunisticamente manipulam lhes subsidiam essa manipulação.

A continuar assim, é um mundo todo que não avança.

Apetece-me gritar: acordemos!

Deixemos de fazer de conta que estamos a participar, que estamos a trabalhar, que estamos a viver.

Eu quero cheirar o corpo, dar o beijo, dar apertado abraço, e sim nesta fase de tanta adaptação e aceitação estou pronta para a ira, perante o
gesto irreflectido, alavancado pela preguiça e displicência de quem em nada acredita e de quem tem a alienação e a inexistência do colectivo como consortes.

Não quero que o medo me tolde a vida, nem o medo da morte certa.

Quero proximidade, cumplicidade, solidariedade.

Sei que o mal e o bem são uma mesma pertença a esta humanidade à deriva, e penso que a esta humanidade a solidariedade e a compaixão são também uma pertença.

 

Etiquetas: helena veludoopinião
Previous Post

Regionalização? Não brinquemos

Próxima publicação

Desconfinar

Próxima publicação

Desconfinar

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.