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Home Opinião

Música | Baraka e a memória selectiva

Hugo Ferreira, fundador da Omnichord Records por Hugo Ferreira, fundador da Omnichord Records
Junho 6, 2020
em Opinião
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Imaginem um norte-americano chamado Everett LeRoy Jones, nascido na ressaca da grande depressão e que aos vinte e poucos anos de idade consegue redesenhar a cultura e a sociedade dos Estados Unidos da América e, por consequência do mundo ocidental.

Saiu da força aérea e fundou um jornal para dar palco a um novo movimento literário (que ficou conhecido como beat generation) e lá publicou alguns dos primeiros textos de Allen Ginsberg, Jack Kerouak ou Gregory Corso.  Acumulou galardões pela prosa, poesia e peças de teatro que escrevia e foi responsável pela primeira obra literária de referência sobre os géneros musicais que explodiam e revolucionavam a cultura norte-americana.

Criou pólos culturais onde as artes eram partilhadas, estudadas e trabalhadas de forma comunitária, iniciou grupos sociais de discussão e de participação cívica e, em palco, passou a cruzar a poesia com o ritmo e com a percussão, o que veio a influenciar várias gerações de artistas, músicos e poetas que criaram e desenvolveram movimentos como o hip hop, rap e a slam poetry.

Irrequieto, inspirado e inspirador, conhecido como “grandfather of hip hop”, Leroy Jones mudou de nome na segunda metade dos anos 60, logo após a morte de Malcolm X, assumindo-se como Amiri Baraka. 

E daqui talvez se comece a descortinar a razão pela qual uma das maiores lendas da cultura e do activismo da segunda metade do século passado não seja sobejamente reconhecida. Podemos afiançar que o título do seu livro “Blues People: Negro Music in White America” é uma boa pista.

Desde a criação do “Black Arts Repertory Theater” à fundação do “Congress of African People”, passando pelo colectivo musical “The Last Poets”, Amiri Baraka liderou a “Black Arts Movement” juntando de forma única o espírito e consciência de militância com as correntes intelectuais, artísticas, sociais e políticas.

Empolgando uma nação afro-americana que queria integrar e conciliar com a nação norte-americana, até porque “you can’t be american without being related to other americans”, o FBI cedo o sinalizou como um dos possíveis líderes para suceder a Malcolm X e chegou a estar às portas da morte depois de um espancamento pela polícia, passando então a adoptar uma conduta mais política e revolucionária que o levam a um certo ostracismo por parte da crítica literária e artística que não aceita que se confunda arte e activismo. 

“The artist’s role is to raise the consciousness of the people. To make them understand life, the world and themselves more completely. That’s How I see it. Otherwise, I don’t know why you do it”.

Baraka era a prova de que a palavra transformava, que a poesia construía, que a voz unia e foi inclusivamente, pela sua actuação cívica e social, que Kenneth A Gibson acabou por se tornar no primeiro afro-americano a chegar a Mayor. 

Amiri Baraka escreveu as linhas e deu a voz merecida e justamente reivindicada pela nação americana que os Estados Unidos subjugavam. 

Passaram décadas e a memória selectiva e colectiva teimam em esquecer o seu nome e a sua memória. Da mesma forma que a subjugação teima em deixar de fazer parte de um pretérito imperfeito, aquela que ocorreu no passado e que não foi terminada. Aquela que não é só dos Estados Unidos. 

Continuamos, consciente e insconscientemente, a oprimir e, muito mais do que um hastag generalizado, precisamos de aprender, de ler, de escrever e de ouvir.

E precisamos urgentemente de mais Amiri Baraka no mundo. 

Etiquetas: BarakacríticaHugo Ferreiramúsicaopinião
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