Foi interrompido pela pandemia, mas regressou nesta terceira edição sob um redobrado entusiasmo. O Torneio de Futsal Interempresas, organizado pelo Grupo Desportivo da Martingança (Alcobaça), é sempre um evento muito participado, porque, independentemente dos resultados obtidos no jogo, entram em campo valores tão nobres como a partilha e a camaradagem, num convívio que junta todas as classes de trabalhadores, que ali se despem da gravata ou do fato macaco, para vestirem calções e torcerem juntos pela sua empresa.
Na passada sexta-feira, mais grupos competiram e o JORNAL DE LEIRIA esteve no local a acompanhar.
Leandro Cruz, de 23 anos e 1,97 metros, é literalmente um dos pesos pesados da sua equipa. “Djo” (só para os amigos) conduz empilhadores na Gallo Vidro, mas hoje é dia de usar outro equipamento e ir à baliza defender as cores da fábrica de vidro. Vencer é sempre o objectivo, mas há outros ganhos a retirar desta[LER_MAIS] iniciativa, realça “Djo”, que se refere ao convívio gerado entre diferentes profissionais da sua fábrica, incluído o próprio director de produção. “São pessoas reservadas, mas que aqui se mostram acessíveis e demonstram apoio”, expõe jovem.
Mesmo reconhecendo que não domina especialmente o desporto, Tiago Todo Bom, que no seu dia-a-dia gere a parte técnica e financeira do Departamento de Investimento, Desenvolvimento e Inovação da Vangest, não hesitou em participar no torneio como treinador- adjunto da equipa desta fábrica de moldes.
Absorvido em projectos com universidades e consórcios, que pouco tempo lhe deixam para sair do gabinete, o engenheiro viu nesta iniciativa uma grande oportunidade para conhecer colegas com os quais nunca tinha privado. Aliás, gostou tanto do desafio, que o repete pela segunda vez.
Quem também está de volta pela sua vez é João Gomes, programador de CNC da Vangest, que já chegou a estar dentro da cozinha da colectividade a preparar bifanas com o patrão de uma das empresas concorrentes. O torneio é uma iniciativa louvável, não só porque proporciona o encontro de pessoas, mas também porque permite ajudar um clube da região, defende João Gomes.
A animação entre todos é de tal ordem, que, durante estes dias, a performance das equipas e o convívio no torneio viram tema principal nas conversas entre os colegas participantes, salienta o programador.
Tema de conversa nas pausas do emprego e também em casa, afiança Susana Monteiro, namorada de João Gomes, que tem assistido ao torneio. “Sempre que entende que alguma coisa não foi justa durante um jogo, vai no caminho de casa sempre a relatar”, conta a namorada.
“É sobretudo o convívio que me puxa. É saudável, fortalece as relações das pessoas fora da empresa”, partilha também Micael Dias, gestor de programas da Socem, que vê com bons olhos o facto de vários proprietários do grupo empresarial onde trabalha não deixarem de assistir aos jogos e manifestarem apoio para aos seus colaboradores.