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Home Opinião

Um homem e um cavalo

Carlos Matos, presidente da Fade in por Carlos Matos, presidente da Fade in
Fevereiro 3, 2020
em Opinião
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Um homem e um cavalo.

Um homem e um cavalo páram frente a frente.

Um homem e um cavalo páram frente a frente e olham-se fixamente.

O terreno que os rodeia é inóspito, árido, seco.

Trazem, ambos, longos dias de caminhada de proveniências opostas.

Estão exaustos, sequiosos. Procuram por Israel.

Um homem e um cavalo, sós.

Um homem e um cavalo, sós, tresandam de medo um do outro desconhecendo porquê.

O odor que se lhes solta do dorso é forte.

O odor a medo que se lhes solta do dorso é tão forte que se houvesse cães por perto estariam num louco frenesim.

Mas não.

São apenas um homem e um cavalo, sós, à procura de Israel, incapazes de percepcionar o cheiro a medo que um e outro emanam.

“Procuro Israel”, disse o homem.

“Procuro Israel”, disse o cavalo.

Disseram-no em uníssono, sílaba por sílaba.

De olhos esbugalhados desenharam um esgar de espanto em cada uma das suas faces.

O medo esvaiu-se, repentinamente, dando lugar, em ambos, à surpresa.

“Procuras Israel?”, perguntaram num sincronismo perfeito.

Um homem e um cavalo.

Um homem e um cavalo, sós, procuram por Israel e não dizem uma única palavra que não seja proferida na mais perfeita simultaneidade.

Como se um fosse o espelho do outro e vice versa.

Mas um é um homem e o outro é um cavalo.

“Israel morreu” – disseram as sombras de cada um.

O homem ajoelhou-se, chorou, e levou as mãos à cabeça.

O cavalo deu um salto e relinchou ao mesmo tempo que ergueu as patas dianteiras ao céu.

“Partamos em busca de Jerusalém, então!” – exclamaram ao mesmo tempo.

O homem montou o cavalo e rumaram a norte. As sombras quedaram-se onde estavam.

O homem e o cavalo rumaram a norte, agora sim, realmente sós.

As sombras quedaram-se onde estavam porque só se pode ser sombra onde haja luz e já era noite quando o homem e o cavalo partiram.

O homem e o cavalo rumam a norte mas vão sem sorte.

Jerusalém há muito que está morto também.

O homem e o cavalo rumam a norte.

Um homem e um cavalo.

Gémeos, separados à nascença…

Etiquetas: Carlos Matosopinião
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