Do conjunto de 270 habitações sociais do Município da Marinha Grande, 60 estão desocupadas, apesar de existir uma lista de espera de pessoas que as solicitam. A câmara está a avançar com um conjunto de obras para reabilitar estes imóveis, mas a situação actual resulta de “anos em que este parque não foi cuidado”.
Além disso, quando um bloco de casas entrar em obras – e é o que está em causa- a autarquia vai ter de alojar esses inquilinos noutro sítio. Portanto, só depois de realizada a intervenção prevista para os blocos L e M se perceberá quantas habitações sociais vão ficar disponíveis.
Esta foi a informação prestada pela vereadora Ana Alves Monteiro, na última reunião de câmara, quando Júlio Rosa, munícipe, criticou o facto de o executivo ter retirado do orçamento[LER_MAIS] municipal as verbas que estavam destinadas à habitação social.
Júlio Rosa questionou se esta situação de falta de casas, com as que existem no mercado a praticar “rendas altíssimas”, não contribuirá para “o adiamento da formação de famílias e consequentemente para a baixa demografia que os governos tanto lamentam”.
E observou que “muitos senhorios não têm pejo em não renovar contrato de arrendamento a um idoso ou idosa, para poderem aumentar a renda a um limite máximo”. Havendo habitações sociais desocupadas no concelho “são horas de estas casas serem arrendadas aos munícipes mais pobres”, considerou Júlio Rosa, temendo que o actual executivo dê continuidade à “política de negligência e de abandono do parque de habitação social”.
“Estão dois procedimentos neste momento em andamento para a reparação de sete apartamentos”, cuja obra irá brevemente a concurso, informou António Fragoso. Outro concurso, para “pequenas reparações”, deverá ser lançado até ao final do ano, estimou o vereador.
Aurélio Ferreira, presidente autarquia, justificou o retirar de verbas do orçamento: o projecto de requalificação dos blocos L e M, do anterior executivo, não se concretizou e o construtor desistiu da obra. Pelo que a câmara assume agora a intervenção no âmbito do Portugal 2030 com um projecto actualizado. Enquanto isso, a autarquia está a trabalhar na remoção de coberturas de casas, que tinham telhados de fibrocimento e onde “chovia lá dentro”.
“Há uma aposta clara” nesta matéria, realçou o autarca.