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Home Opinião

Altitude

Luís Mourão, dramaturgo por Luís Mourão, dramaturgo
Novembro 21, 2019
em Opinião
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Uma das muitas coisas boas que acontecem à medida que vamos ficando mais velhos é o aumento da espessura do nosso livro de referências interior e o alargamento do território afectivo cartografado.

Todas as coisas são, cada vez mais, não só o que são, mas de igual modo o que já foram e já não são.

A isto – à idade – chama a grande criadora de universos plásticos Lourdes Castro “altitude” e é muito bonito chamar-lhe assim. Porque a verdade sabida é que quanto mais elevada a altitude, maior a distância ao solo, mais distantes e pequenas ficam todas as coisas.

Todas, menos aquelas que transportamos connosco, sejam elas o que forem, e que quase magicamente mantêm sempre as suas exactas proporções. Isto não acontece a toda a gente da mesma maneira, embora seja certo que acontece a toda a gente.

Esta proporcionalidade distorcida, chamemos-lhe assim, requer uma correcção.

É também por isso que o acumular, num paciente exercício sumativo, de referências nos é imprescindível para efectuarmos, na medida estrita e incerta das necessidades, as devidas correcções e podermos medir o que se passa lá em baixo, distanciando-nos das medidas do que temos ao lado – aquilo de que gostamos, o que temos como mais correcto, a nossa mão como bitola.

Se não o fizermos, não ganhamos nada com a altitude.

Se o fizermos excessivamente perdemos altitude, tal e qual como se nos recusássemos a fazê-lo, e corremos o risco de ler os eventos, as coisas do quotidiano, as pessoas e atitudes como se a sua dimensão fosse “real”, imutável e permanente. Não é.

À medida que vamos ficando mais velhos vamos ficando mais leves. É da própria natureza do ganhar altitude que tenhamos de deixar cair ao chão a maior quantidade possível de insignificâncias que nos cercam todos os dias a todas as horas e que carreguemos connosco só aquilo de que precisamos.

Ficar mais velho não tem só coisas boas, é verdade.

À medida que ficamos mais velhos vamos ficando mais frágeis e mais débeis. Mas isso não é bom nem mau, é. Acontece a toda a gente e ocupa um espaço imenso, desproporcionado, na nossa vida.

Como se fossemos imortais e estivesse a falhar qualquer coisa. Não falha nada, é claro. Basta ganharmos altitude.

Etiquetas: Luís Mourãoopinião
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