Sobre os animais podia dizer muitas coisas. Mas não há como explicar a pessoas que não gostam, ou têm medo de animais, o que perdem. Não sei se se nasce ou se aprende a gostar de bicharada, mas costumo desconfiar de pessoas que não gostam de animais.
Cresci com cães, tive outros animais domésticos ao longo da vida, durante anos quis ser veterinária e acabei por estudar Engenharia Zootécnica. Sei que os animais são uma fonte inesgotável de afecto, dão trabalho, são excelentes companheiros de crianças e uma das coisas realmente boas da vida.
Não ceder ao pedido suplicante de crianças para ter um animal de estimação, quando não se tem condições para tal, é um acto de resistência heróica, um acto de respeito pelos animais e um exemplo pedagógico.
Muitas famílias cedem à tentaç ão num aniversário, num Natal, e a bola de pêlo fofinho que um cachorro ou gato bébé são, rapidamente se transforma num problema doméstico. Porque sujam, porque estragam e não se podem levar como se de um objecto se tratasse, para todo o lado. E é então que se tornam em animais abandonados…
Equilibrar o respeito pelos animais com a vida citadina cheia de barreiras é, no entanto, possível. Há soluções intermédias entre ter permanentemente um cão em casa ou nunc a ter um animal de estimação.
Algumas dessas soluções passam por ser família de acolhimento de jovens cães-guias ou adoptá-los quando se reformam. Ou família de acolhimento de um animal de estimação que espera um destino melhor, numa das muitas associações de recolha de animais abandonados que existem.
Ou ainda ser apenas um voluntário [LER_MAIS] que passeia quando pode os animais abrigados na Associação Zoófila de Leiria – Fiéis Amigos.
Última linha de apoio para os animais que são abandonados, os canis de associações lutam diariamente com dificuldades de todo o nível – logísticas e financeiras – para responder a situações criadas por pessoas que largam na rua os seus animais que já foram, outrora, de estimação.
No meio da espécie humana há os que abandonam os animais e os que fazem de tudo para salvá-los. Este último grupo de pessoas que todos os dias dedicam o seu tempo às associações, é geralmente composto por gente que, em vez de discutir a metafísica das espécies, simplesmente age, condoída pelo sofrimento frágil de um animal que vagueia nas ruas, acossado por carros que buzinam ou gente que os enxota a pontapé.
Cá em casa temos três pessoas e as três passeiam cães da Associação Zoófila de Leiria. Aos sábados e domingos, quando possível, passeamos os cães que esperam a semana inteira pela liberdade de uma corrida no meio da erva, por farejar os trajectos do percurso Polis, ou simplesmente receber o afecto de uma criança, que também ela espera toda a semana este reencontro.
Para ajudar não são precisas burocracias. Só mesmo gostar de animais. Qualquer pesquisa no google vos devolverá inúmeras instituições que poderão contactar se quiserem ajudar. É que esta frase batida é mesmo verdadeira: os animais são nossos amigos!!
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