No dia em que estou a escrever esta crónica estou a preparar-me para me juntar ao Campin- Gas (camp-in-gas.pt), uma iniciativa pela justiça climática, e contra mais prospecção de gás (ou qualquer outro tipo de combustíveis fósseis, já agora) em Portugal.
Isto quer dizer que no momento em que me estiverem a ler, já estarei de tenda montada, a postos, na Bajouca, para aprender um pouco mais sobre o que fazer para que se alcance essa justiça climática, e a preparar-me para uma acção que pretende chamar atenção, precisamente, para esta necessidade.
Pode soar a mais um devaneio de miúdos desocupados, e eu posso dourar esta pílula, para fazer parecer que somos pessoas cheias de qualidades por “querermos salvar o planeta”.
– Mas o que eu gostava mesmo era que compreendessem, [LER_MAIS] de uma vez por todas, o que está em jogo. Todos podemos ser boas pessoas e ajudar a salvar o planeta – se comermos menos carne, se deixarmos de usar plástico, se andarmos mais a pé ou de transportes públicos, se reciclarmos… a lista de pequenas coisas que podemos fazer sozinhos é infinita.
Mas deixem-me contar-vos um segredo: nada disso servirá para coisa nenhuma se não nos mobilizarmos a sério e em conjunto para exigir mais de quem toma decisões. E eis o que tem de ser feito: temos de desenhar políticas públicas de impacto imediato, e em larga escala, para deixarmos de ser dependentes de energias que tornam a nossa vida insustentável.
Temos de exigi-las e temos de estar preparados para o que isso significa para as nossas vidas. Temos de pedir que elas sejam aplicadas e apoiar quem as aplica.
Temos de responsabilizar e ser responsáveis pelo nosso futuro, porque, queridos amigos, esta não é uma acção de convívio.
É um acto de exasperação, perante a passividade que reina, num mundo onde os nossos líderes declaram emergência climática com uma mão e mandam construir mais pipelines com a outra. É um acto que explica que não podemos ter as duas coisas. Quantos mais se juntarem a nós este sábado, melhor esta mensagem será ouvida. Vêm?
Activista