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Home Opinião

Depois de Auschwitz, é possível o perdão?

Joaquim Ruivo, professor por Joaquim Ruivo, professor
Julho 18, 2019
em Opinião
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Depois de Auschwitz, é possível o perdão?
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Por vezes perco a fé na Humanidade. Acontece-me, sobretudo, quando me debruço sobre o Nazismo e o Holocausto. Esther Mucznik, em Auschwitz – um dia de cada vez (Ed. A Esfera dos Livros), naquela que é porventura uma das obras mais densas sobre o tema, lança-nos o desafio de tentar perceber, pelas descrições cruas que faz da vida nos campos de concentração, como foi possível para alguns, a meio de tanta violência, privação, degradação física e sofrimento indizível, manter a dignidade, ser solidário e compassivo, continuar a ser Humano.

Para a grande maioria dos milhões de seres humanos que foram aprisionados nos campos nazis entre 1933 e 1945, a grande maioria judeus, a morte ou a sobrevivência terá sido fruto do acaso e da arbitrariedade, raramente encontrando qualquer compaixão nos seus carcereiros.

A autora dedica alguma da sua investigação aos Sonderkommando, prisioneiros colocados a exercer vigilância sobre os seus conterrâneos, a controlar as casernas e a “limpar” os milhares de mortos diários.

Um pouco mais bem alimentados que os outros prisioneiros, muitos dos Sonderkommando, mesmo sendo judeus, revelaram-se ainda mais insensíveis, mais violentos, mais desumanos, que os próprios guardas dos campos.

E para alguns dos sobreviventes judeus, o que os terá quebrado e amargurado para toda a vida foi também essa violência inaudita exercida pelos seus conterrâneos, para a qual nunca encontrarão sentido e explicação.

Primo Lévi, sobrevivente de Auschwitz-Birkenau, ficará profundamente abalado por tamanha desumanidade, escrevendo que, pela  [LER_MAIS] sua experiência (e apesar do seu próprio exemplo), sobreviviam mais facilmente nos campos de concentração os piores, os egoístas, os violentos, os insensíveis, os colaboradores, os bufos… Eva Kor foi uma das sobreviventes, conjuntamente com a sua irmã gémea.

À chegada ao campo, num ápice, ela, e a sua irmã gémea, foram separadas do pai, da mãe e duas irmãs mais velhas, que nunca mais verão. Ambas foram sujeitas em Auschwitz às experiências médicas do Dr. Josef Mengele, o “anjo da morte”, que se dedicou com particular interesse ao estudo dos gémeos.

Em 2015, quando tinha 81 anos, Eva Kor aceitou testemunhar contra Oskar Groening, o “contabilista” de Auschwitz, acusado de cumplicidade no extermínio de 300 mil pessoas. Inesperadamente, em pleno tirbunal, Kor dirigiuse ao seu antigo algoz, agora em cadeira de rodas, e trocou com ele um aperto de mão.

Dirá, justificando a sua atitude: “No momento em que perdoei os nazis, senti-me livre de Auschwitz e de toda a tragédia que me aconteceu.” E na sua última entrevista, gravada em Auschwitz, pouco tempo antes do seu falecimento, no início deste mês, reforçará essa convicção: “Perdoem os vossos piores inimigos”.

Eva Kor sempre lutou para que fosse feita Justiça e para que os responsáveis de tantos crimes fossem julgados e condenados. No final da sua vida terrena intuirá que, para além da Justiça, a vitória do Humano sobre o Mal Absoluto reside, finalmente, no perdão.

*Professor

Etiquetas: Joaquim Ruivoopinião
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