– Já não há paciência… para a digitalização da má língua! Vá um espécime millennial fazer scroll nas suas redes sociais e, de imediato, sente saudades das velhinhas a alcovitar a vida alheia à janela, de uma boa cusquice em promoção no minimercado ou da roupa suja no lavadouro!
– Detesto… a palavra detestar! Cá para mim, é sempre “de testar”, sempre, a possiblidade de gostar. Quiçá, amar! O coração é um órgão elástico. O estômago também. É dar-lhe(s) alimento e sessões de Yoga todos os dias!
– A ideia… é apreciar o caminho! Às vezes, o sacana parece aquele caminho que o GPS nos deu como o mais curto, mas não avisou que era todo esburacado! Marcha-atrás?! Difícil engatar. O melhor é olhar atentamente para a direita, para a esquerda, contornar obstáculos, apreciar as curvas, fazer contas de subtração ao caminho já feito pelo retrovisor e somar o caminho em frente! Nota: se ouvires um cão mau ladrar… segue! Segue!
– Questiono-me se… a Humanidade já se encontra no auge da sua idiotice! Ou se vamos involuir para um próximo estágio. Ursos polares e pinguins ameaçados de extinção, nuvens de areias do deserto toldam-nos o azul do céu europeu… e nisto, o neoimperalismo reproduz-se que nem coelhos! O que interessa é ter “ninhadas” de metros quadrados de território, em troca de vidas!
– Adoro… dias simples, gente simples, ideias simples! O simples é tão difícil de atingir, que se tornou o meu ideal de perfeição. Mas também dou por mim, de coração aberto a uma boa descoberta. Não precisa ser a descoberta da roda, ou da pólvora. Basta um livro, uma música ou uma receita que teimo nunca seguir à risca.
– Lembro-me tantas vezes… de aguardar pela debandada dos adultos, nas festas em casa dos meus pais, para bebericar os restinhos de whiskey-cola que ficavam nos copos. E agora chiu, que isto era segredo.
– Desejo secretamente… ser uma dondoca. Não ter que trabalhar para pagar contas. Ter todo o tempo para ler, escrever, escutar e andar por aí. Tenho estantes, um par de botas de caminhada e uma “bina” que, se falassem, concordariam comigo!
– Tenho saudades… do meu pai, e de o ouvir chamar-me “Flor do Oriente”. Sim: as coisas com mais sentido, podem não fazer sentido nenhum.
– O medo que tive… quando numa ecografia morfológica, diagnosticaram holoprosencefalia naquele que seria o meu segundo filho. Esta palavra é medonha e as que se seguem também.
– Sinto vergonha alheia… quando alguém fala do que não domina, pensando dominar. Resumindo e baralhando, o efeito Dunning-Krugger embaraça-me à brava!
– O futuro… aos miúdos pertence! Pais, toca a fazer o TPC, a ver se lhes deixamos uma amostra do que encontrámos!
– Se eu encontrar… um génio, pergunto-lhe como é que se resolve esta trapalhada toda!
– Prometo… nunca ser como os que prometem. Gosto de ação.
– Tenho orgulho… de chegar à meia idade e sentir-me uma miúda! Ter pica para acordar, genica para fazer, vontade de aprender e uma equipa-maravilha que me motiva a ser melhor (“zinha”, vá…) todos os dias.