Fruto dos erros urbanísticos, repetidamente cometidos pela Câmara de Leiria, o munícipe sofre, diariamente, as consequências de uma gestão camarária sem o mínimo de sensibilidade para com os problemas das pessoas.
Este executivo, além de nada fazer para resolver os problemas, agrava os que já existem. Perante o fracasso da sua política urbanística, a Câmara chama a polícia para aplicar multas, ainda para mais por atos que são a prova evidente da sua falta de competência para resolver os problemas mais comuns do nosso quotidiano.
Recorrentemente, na Rua Dr. João Soares, a PSP impede a paragem junto à escola D. Dinis. Os automobilistas, que param para deixar sair as crianças das viaturas, são multados com a “simpática” quantia de 120 euros.
A Câmara não resolve os problemas básicos da cidade e “sacode a água do capote” para cima da PSP que fica com a parte odiosa.
Ninguém encara, de bom grado, a proibição de deixar as crianças junto à escola e ser obrigado a deixá-las distantes da mesma, ficando prejudicada a sua segurança e o seu bem-estar, cenário que, naturalmente, se agrava quando está a chover.
O surreal de tudo isto é a situação ser, gritantemente, simples de resolver. Bastaria rebaixar o passeio de frente ao portão da escola, criando um espaço que permitisse a entrada e saída de passageiros, e o problema estaria sanado.
Só isso! Simples, barato e funcional.
Esta inércia grassa por toda a cidade, que está cheia de situações pouco amigáveis, quer para o peão quer para o automobilista, e isto apenas porque não há, da parte da Câmara, o mínimo de sensibilidade para os problemas dos outros.
Sim, “dos outros”, porque quem manda, além de Leiria de mal a pior lugares de estacionamento reservados, tem um dístico que permite estacionar, gratuitamente, por toda a cidade durante o tempo e as vezes que quiser.
Talvez fosse bom, e até exemplar, [LER_MAIS] abdicar desses dísticos, por seis meses que fossem, e colocar-se ao nível do cidadão, para saber como é difícil o dia-a-dia na cidade.
A progressiva perda de qualidade de vida dos leirienses, devido aos erros e opções do Município, põe em causa o futuro do concelho.
A Câmara assobia para o lado com problemas como a poluição do rio Lis, devido a esgotos não tratados, ao mesmo tempo que se candidata a capital cultural da Europa, com o vereador da cultura a fazer afirmações absolutamente ridículas dizendo que “queremos que a Feira de Maio seja algo moderno chique e sexy”.
Como se não bastasse, propagandeou o espetáculo do vocalista dos Supertramp como “concerto internacional” (só porque Roger Hodgson é inglês?).
Mas a cereja no topo do bolo foi o dito vereador afirmar que “a Câmara arriscou muito ao contratar Xutos e Hodgson”.
Declaração patética num Município, capital de distrito, com um orçamento anual de 80 milhões de euros e que, ainda assim, cobra 15 euros por pessoa num espetáculo que se justificaria ser gratuito, já que se encontra inserido na Feira de Maio, contribuindo para o sucesso desta.
Aqui tão perto, a Câmara de Cantanhede cobra três euros nos muitos “concertos internacionais” que promove na Expofacic. Além de nos enganarem, querem fazer de nós parvos?
*IntervirJá-Movimento Cívico
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990