Os resultados das análises à qualidade da água da bacia hidrográfica do rio Lis, efectuadas pela associação ambientalista Oikos, trazem boas e más notícias este ano.
De positivo, há a registar a melhoria “significativa” em pontos que, nos últimos anos, se revelaram críticos: Ponte das Mestras e Ponte do Arrabalde. No entanto, apesar de melhores, os resultados nestes dois pontos continuam, “aquém do desejável” e com níveis de contaminação muito acima dos limites legais.
“Os resultados melhoram, mas ainda não são agradáveis”, reconhece Mário Oliveira, reeleito na semana passada como presidente da Direcção da Oikos, admitindo que as circunstâncias em que foram efectuadas as colheitas de água poderão justificar alguns dos resultados, nomeadamente a melhoria “muito acentuada” registada na zona do Arrabalde e da Ponte das Mestras.
O ambientalista explica que a recolha aconteceu “15 dias depois” das chuvadas de Março, que permitiram que, durante vários dias, o rio tivesse um caudal “apreciável”. “Pode ter havido um efeito de diluição da contaminação. O que desejamos é que esta melhoria seja efeito de uma mudança de práticas”, diz o dirigente, sublinhando, no entanto, que “nem tudo são boas notícias”.
Além dos valores elevados que continuam a registar-se no troço urbano do rio Lis, com o ponto localizado junto à ponte do Arrabalde a apresentar o pior resultado entre os 15 locais monitorizados, Mário Oliveira destaca, pela negativa, o agravamento da contaminação na foz do rio Lis. Aqui, os valores de e-coli (referente a bactérias intestinais) registados nestas análises são “três vezes superiores” aos do ano passado.
Também na ribeira da Caranguejeira (ou ribeira do Sirol) houve um agravamento da contaminação, que atinge o valor mais elevado das últimas três análises (em 2020, não foram efectuadas devido ao confinamento imposto pela pandemia).
Nos troços iniciais do Lena e do Lis verificou-se também um aumento dos níveis de contaminação, face ao ano passado, mas trata-se de uma subida “pouco significativa”, com as análises a revelarem valores “dentro de parâmetros aceitáveis”, salienta Mário Oliveira.
O trabalho de monitorização da qualidade da água da bacia hidrográfica do Lis é feito pela Oikos desde 1990, com a análise dos níveis de contaminação pela bactérica e-coli e por enterococos em 15 pontos ao longo dos rios Lena e Lis