À semelhança dos restantes países europeus, temos assistido em Portugal a um aumento progressivo do número de novos casos de cancro.
O cancro é uma daquelas doenças interditas, na medida em que basta pronunciar o seu nome para que surja o medo e a preocupação, tal o receio que possa ocorrer em qualquer familiar ou pessoa amiga.
Mas se o cancro vai continuar a aumentar nos próximos anos, a mortalidade por cancro tem vindo a diminuir.
Graças à rápida evolução dos tratamentos oncológicos, que são mais eficazes, mas também à prevenção e detecção precoce, que aumentam a taxa de sucesso na luta contra esta doença, uma realidade cada vez mais evidente.
E é preciso relembrar que esta doença existe, que há factores de risco que não conseguimos controlar, mas igualmente sabemos que parte dos tumores podem ser evitados com uma vida saudável e, se possível, preveni-los com alteração dos hábitos de vida.
E foi assim que surgiu o Reagir – As Artes de Leiria na Luta ao Cancro. O Reagir nasce da vontade de lutar por uma causa que, infelizmente, toca a muitas famílias.
Uma causa que coloca as pessoas e a sua qualidade de vida como prioridade, uma causa para a qual é importante que todos nos mobilizemos. E intervém para diminuir o impacto que as doenças oncológicas têm nos doentes, nas suas famílias e nos seus amigos, facultando informação e esclarecimento à população e sensibilizando para a prevenção e diagnóstico precoce do cancro.
As doenças cancerosas podem ser evitadas ou retardadas. Temos que saber conviver com o cancro e devemos ser mais pró-activos na sua prevenção.
Sabemos hoje que muitas doenças que nos [LER_MAIS] afligem relacionam-se com hábitos de vida nocivos e práticas menos apropriadas que, não raras vezes, não são muito valorizadas e entendidas como prejudiciais.
São estilos de vida e factores de risco modificáveis, valendo a pena o esforço para os corrigir de uma forma activa e empenhada, passando a cuidar melhor da nossa saúde.
É importante que cada cidadão compreenda a necessidade de fazer alguma coisa a esse respeito e assuma essa responsabilidade. Quando se recomenda que cada um deve cuidar da sua saúde, mais não se está a fazer do que facilitar e estimular mudanças em direcção a opções mais saudáveis.
Reagir é adoptar estilos de vida saudáveis e ter atenção aos sinais precoces das doenças oncológicas, efectuando os rastreios que se têm mostrado eficazes, pelo que se deve cumprir os programas de rastreio nacionais referentes aos cancros da mama, colorectal, cutâneo e colo do útero.
Como alguém disse, o cancro é apenas uma palavra, não é uma sentença. E porque a vida é demasiado valiosa para ser desperdiçada, não devemos perder a oportunidade de nos corrigirmos para vivermos melhor.
E se, por acaso, esta doença nos bater à porta, devemos atender à mensagem de Santo Agostinho, 350 DC: “Enquanto houver vontade de lutar, haverá esperança de vencer.”
*Médico