A propósito do Dia Mundial da Diabetes e das diversas iniciativas que nesta semana ocorreram na região, e complementarmente às mensagens transmitidas, impõe-se deixar também aqui mais um simples contributo sobre esta terrível doença.
A Diabetes Mellitus, assim denominada, é uma doença que compromete a capacidade do organismo utilizar adequadamente a glicose (“açúcar”), conduzindo à sua elevada concentração no sangue e também ao seu eventual aparecimento na urina.
Hidratos de carbono, carbohidratos, glicose e glucose são nomes científicos para aquilo a que vulgarmente chamamos “açucares”, que são de dois tipos, sendo de todo o interesse o seu conhecimento pelas implicações que acarretam na dieta.
“Os açúcares” de absorção rápida são aqueles que após a sua ingestão são responsáveis por um aumento da glicémia (“açúcar” no sangue) quase imediato, o que se pode tornar desaconselhável e até perigoso em algumas circunstâncias.
Pertencem a esta classe os adocicados: açúcar simples, mel, bolos, chocolate, bebidas açucaradas, etc. Os “açúcares” lentos (arroz, massas, pão, legumes secos, batatas, cereais, frutos) são absorvidos de uma forma mais demorada, com uma elevação de glicémia a ter lugar mais tarde e que dura mais tempo.
O valor destes alimentos é muito alto, fornecendo a energia necessária para a nossa força muscular e actividade física. Poderá não existir qualquer sintoma nos casos de diabetes leve, sendo a doença descoberta casualmente durante a realização de análises de rotina.
Assim, o seu diagnóstico baseia-se principalmente em exames laboratoriais para determinar o nível de açúcar no sangue e na urina.
Como a glicémia depende da alimentação, ou seja, aumenta após a ingestão de açúcar e diminui na falta dele, a sua pesquisa deve ser feita em completo jejum.
Vários factores contribuem para a diabetes, como a [LER_MAIS] existência de uma predisposição hereditária para a doença (pais diabéticos podem vir a ter filhos diabéticos), lesões do pâncreas, responsável pela produção de insulina (pancreatites, traumatismos, tumores), a obesidade, a idade e o sexo (mais frequente na mulher do que no homem).
O controlo da doença e a normalização dos sintomas fazse através de um regime alimentar e da administração de insulina ou de antidiabéticos orais sintéticos. A dieta tem o objectivo de diminuir a ingestão de “açúcares”.
O papel da alimentação é muito importante no que diz respeito à correcção dos valores elevados de glicemia, adaptando-se o regime alimentar à gravidade da doença e à actividade física diária realizada.
Se o problema está na incapacidade de utilizar toda a quantidade de glicose absorvida pela alimentação, deve-se evitar os alimentos açucarados e os doces, pela rapidez da sua acção, e manter o peso corporal normal.
A necessidade de manter a diabetes equilibrada e sem sintomas obriga a uma vigilância regular pelo médico e a um auto-controlo pelo próprio doente, o qual deve ser ensinado a conhecer bem a diabetes e todos os seus problemas, na certeza de que o seu contributo é fundamental para o seu bem-estar.
*Médico