Espero voltar a Fátima em setembro ou outubro e expiar então esta falta de comparência. Quanto à romaria maior de dia 15… Não encontro palavras que expliquem a dor que ora sinto. Talvez dizer que espero alcançar 2019 e, então, com ternura e vigor, poder outra vez viver o mais bonito dia do calendário português.
É difícil explicar as contingências que me afastaram das paragens de Ulmar durante o período de incêndios, mas posso confirmar, para descanso dos fiéis leitores desta coluna, que não me encontro na Praia (alegadamente) Verde nem na província do Algarve!
Estou bastante mais a sul, entretido com duas missões silvo- pastorais. Acabei na semana passada a campanha da tâmara (guetna) nos oásis do Norte da Mauritânia e fui entretanto recrutado para acompanhar ovelhas e camelos nos campos férteis a Norte do rio Senegal, onde felizmente já choveu alguma coisa.
Ainda que sita no hemisfério Norte, esta zona é já tocada por meteorologias equatoriais, pelo que geralmente chove em agosto e setembro. [LER_MAIS] Aproveitando este muito breve período fértil instalei-me aqui durante o verão, com a ambição de amealhar alguma coisa.
Por mera casualidade, uma vez que não sigo atentamente o calendário islâmico, espera-me dia 21 de agosto a Festa do Sacrífico (conhecida como Tabaski no vizinho Senegal)!
Celebrando a curiosa escolha de Abrãao em sacrificar o seu filho, encontrei aqui um interessante fenómeno, no qual o preço dos carneiros e borregos facilmente ultrapassa os 100 euros durante estas semanas.
Alimentando as minhas saudades pelo divino, antes apontadas, e um sempre tolerado bem estar económico-financeiro, tenho vindo a negociar bastantes cabeças, a preços que quase dobram os praticados no Telheiro ou na Barreira.
Faço assim votos de festas felizes para todos (incluindo aí os individuos que da Suíça e do Luxemburgo nos visitam durante estas semanas, enchendo de francos e vinho verde as nossas bonitas praias e aldeias)!
*Investigador
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990