Adrenalina, liberdade e desafio são algumas das palavras mais usadas para descrever o drift. “No fundo, é controlar o carro descontrolado”, descreve um dos pilotos da região que desde cedo se encantou pelo mundo dos carros.
Sempre gostei muito de desportos motorizados, ia ver rampas com o meu pai e gostava de ralis até que experimentei o drift e comecei a juntar- me com amigos para treinar”, conta Rafael Dinis.
Tem 27 anos, é de Regueira de Pontes, no concelho de Leiria, anda de pé colado ao acelerador há bastaste tempo mas só decidiu começar a competir no ano passado.
Piloto da ‘236 Drift Team’, de Pombal, revela-se ansioso por mostrar o ‘kit de unhas’ que tem para estrear o carro, no fim-de-semana, no campeonato nacional de drift que chega pela primeira vez a Leiria.
A derrapar com a traseira do veículo para um lado, o engenheiro informático terá as rodas dianteiras no sentido contrário da curva numa batalha onde terá de pontuar e evitar os erros contra outro piloto.[LER_MAIS]
Com um BMW M36 Compact totalmente preparado ao seu gosto, “com muito esforço, alguns milhares de euros investidos e centenas de horas de trabalho que envolveu amigos e o pai ao longo de dois anos”, garante que “o maior prémio é este convívio e entreajuda de todos”.
“Isso e a magia e o espectáculo da modalidade”, acrescenta. Sem esquecer que “algumas pessoas não entendem o que é isto e outras mancham o drift nas ruas da cidade”, garante que “há poucas experiências tão felizes como esta”.
Para isso adaptam o carro com bancos e cintos de competição, apostam no sistema de barras de segurança, respondem às exigências do regulamento da competição como ter um extintor, reforçam as luzes dos travões para evitar deslizes dos adversários e investem em pneus e motores que podem impulsionar o caminho para a vitória.
“Tudo conta”, sublinha Rafael Ferreira, de 25 anos, que meteu à prova a experiência do trabalho na área da mecânica auto para preparar um BMW E36 Coupe para a competição.
“Fã do mundo automóvel desde pequeno”, também tem ‘carrinhos’ de competição à escala e garante que “o conceito é exactamente o mesmo, só muda a escala” numa modalidade que está prestes a transformar o parque de estacionamento do estádio municipal numa pista.
Leiria bate recorde de inscritos
Esta é a segunda prova do circuito pontuável para o Campeonato de Portugal Unlock Energy Drift e já “bateu o recorde de inscritos”.
Ao todo são 49 os pilotos que vão lutar pelos pódios nacionais nas categorias iniciados, semi-pro e pro, anuncia a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting – FPAK que conta com o apoio do município e a organização e experiência da Associação Leiria Meeting.
“Esta vai ser a melhor prova do campeonato”, garante o presidente da associação sobre a iniciativa aberta ao público que no sábado conta com treinos e no domingo com qualificações de manhã e batalhas de eliminação à tarde.
Também piloto e leiriense, Luís Mendes, de 33 anos, acredita que esta etapa pode ser “um impulso para a modalidade que é recente mas tem estado a crescer” e não tem dúvidas que terá “muitos participantes da região”.
Ao volante do drift há muitos anos e com bastante experiência na organização de eventos na área, quer “repetir o sucesso do primeiro espectáculo de drift em Leiria”, num evento solidário realizado em 2019.