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Ouvir um filme

Erica Faleiro Rodrigues, directora artística dos festivais utopia.co.uk e underscore.pt por Erica Faleiro Rodrigues, directora artística dos festivais utopia.co.uk e underscore.pt
Maio 17, 2018
em Opinião
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Dizemos sempre que vamos ver um filme e nunca que o vamos ouvir. Dever-se-á isto ao facto de, no início, o cinema ser apenas imagem?

Cedo a vontade de ouvir um filme levou a que se acompanhasse musicalmente cada sessão, mas esta época do cinema mudo (1894-1929) terá sido aquela em que as produções de cinema despontavam como verdadeiras torres de Babel, em que a voz e a pronúncia de um actor se que davam irrelevantes.

Esta ausência da voz levou ao estabelecimento do intertítulo (texto inserido no filme), que explicava os detalhes da narrativa.

No Japão, à época um país com elevados níveis de analfabetismo, surgiu um segundo elemento aural para lá do acompanhamento musical tradicional: o Benshi, narrador que lia e interpretava o texto do filme para a audiência.

E tal era a sua popularidade que o público ia ao cinema não somente pelo filme mas também para ver a actuação de um performer específico. Em 1929, surge o som no cinema e, progressivamente, a banda sonora cresce em complexidade.

Só com o advento do sonoro o silêncio se torna importante num filme e a ausência de som  [LER_MAIS] atinge o seu extraordinário potencial dramático. O som é mais evocativo do que a imagem, tendemos a associar imagens a sons mas não fazemos necessariamente o inverso.

Ouvimos alguém e imaginamos como será, vemos a fotografia de alguém e não pensamos imediatamente como soará. O som faz-nos antecipar e viver o prazer e o horror no cinema, e a voz, a música e os ruídos são os nossos guias nesta viagem.

Jean-Luc Godard tem sido um realizador fundamental neste campo de expansão aural do cinema. Godard colocou em Fim-de-Semana (1967) uma mulher que conta um affair, mas baixando a miúde o nível do som, impossibilitando-nos de ouvir os detalhes mais audaciosos.

Em Alphaville, (1965), a visão do futuro é feita com a cenografia do presente, mas o que nos traz inquietação e nos perturba é o som. E Andrei Tarkovski também foi um mestre da banda sonora, dando-nos um deus, em Solaris (1972), que visualmente é um mar e sonoramente um ruído que traz em si contido o infinito.

A banda sonora é fundamental num filme, podendo e devendo elevá-lo, mas é muitas vezes subordinada e esquecida pelos críticos e pelo público de cinema.

Este modo visual de nos relacionarmos com o cinema, focados naquilo que visionamos, será provavelmente o sinal de uma cultura em que aprendemos primeiro e sobretudo o olhar e a visualidade.

Talvez, se paralelamente às aulas de educação visual nos fossem dadas aulas de educação aural, estas nos pudessem equipar com uma superior capacidade de interpretar artisticamente o som; de nos maravilharmos e surpreendermos com a complexidade e a beleza das bandas sonoras.

Já é tempo de escutar os filmes.

*Directora artística dos festivais utopia.co.uk e underscore.pt

Etiquetas: críticaéricafaleirorodriguesopinião
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