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Home Entrevista

José Luís Sismeiro: “O Estado é mau a fazer previsões de valores base de concursos”

Raquel de Sousa Silva por Raquel de Sousa Silva
Maio 1, 2022
em Entrevista
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José Luís Sismeiro:  “O Estado é mau a fazer previsões  de valores base de concursos”
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Quais os principais objectivos da direcção da Associação Regional dos Industriais de Obras Públicas de Leiria e Ourém para o mandato que agora inicia?
Um deles é a renovação da mão-de-obra do sector, que continua a envelhecer. Contribuir para a sua renovação é um desafio que estamos a abraçar. É preciso arranjar estratégias para que os jovens olhem para a actividade com outros olhos, com a perspectiva de haver evolução e até melhoramentos significativos a curto prazo quanto à situação remuneratória. O sector da construção é um dos que apresentam maior carência de mão-de-obra, porque tem havido aumento da actividade.

O que é que leva os jovens a fugir desta área?
Existe ainda algum preconceito, muito significativo. A escolaridade mínima obrigatória, de 12 anos, faz com que os jovens tardiamente se defrontem com a necessidade de tomar decisões quanto ao futuro. Aos 18 anos, com uma escolaridade razoável, é natural que aspirem a ter uma actividade noutra área que não numa ligada a uma tradição que não é muito abonatória. Dizia-se que quem não prestava para estudar ia trabalhar, e ia muitas vezes para as obras. Aos 18 anos dificilmente entram no sector para um processo de aprendizagem, como antigamente. Por outro lado, não há nas escolas profissionais cursos virados para estas áreas. Não há nenhuma resposta escolar para o nosso sector.

As profissões da construção já não são mal pagas, mas socialmente são menos valorizadas…
Nunca foram mal pagas. Os jovens iam trabalhar para as obras porque ganhavam mais do que na indústria. Sempre foi assim. A questão é que continua a haver um estigma que é penalizador do ingresso dos jovens na actividade.

Para tentar contrariar esta falta de jovens, a Aricop e o Instituto de Emprego e Formação Profissional criaram o projecto RAMP – Construction Academy. Como é que está a correr?
A primeira turma já entrou em estágio e está a ser uma surpresa agradável. Os jovens estão muito motivados. Foram feitas visitas técnicas a laboratórios, a obras de associados, levando os jovens a colocar a mão na massa. São ainda poucos, mas esperamos que esta turma dê o arranque para um ciclo mais favorável.

Recrutar tem sido uma das grandes dificuldades. Há empresas a recusar trabalho por não terem quem o faça?
Sim, de há dois anos para cá. Há empresas que devido à falta de mão-de-obra e ao facto de terem a carteira de encomendas preenchida estão a recusar. Porque o sector tem crescido. 2019 foi um ano extraordinário, em 2020 e 2021 a pandemia não penalizou o sector e existe uma perspectiva de crescimento da actividade em 2022, na ordem dos 5,5%. Mas pode haver algum ajustamento, por causa da guerra na Ucrânia. Há uma grande incerteza quanto aos custos dos materiais, que poderão penalizar o sector.

Além da dificuldade em conseguir pessoal, que outros constrangimentos se colocam actualmente às empresas de construção e obras públicas?
O sector está a deparar-se com aumentos absurdos dos preços das matérias-primas e dos produtos acabados para serem incorporados nas obras. São aumentos tão absurdos que por vezes impossibilitam a entrega dos orçamentos. Estes exigem, em média, a consulta de 30 a 40 fornecedores e a maioria diz-nos que o prazo da proposta é de 15 dias ou um mês. Há casos em que as empresas dão o orçamento e quando reúnem com o cliente esse orçamento, que entretanto teve de ser revisto, já tem 50 mil ou 80 mil euros a mais. As empresas debatem-se sobre as condições em que têm de dar as propostas aos clientes. Entre o momento em que o cliente aceita o orçamento e o início da obra podem passar quatro meses, porque as empresas não estão paradas, e durante esse período os preços aumentam, em muitos casos na ordem dos 30%.

Além da subida dos preços, é difícil conseguir algumas matérias-primas?
A escassez é que está a levar à subida dos preços. Também a subida dos custos dos combustíveis contribui muito. Veja-se o caso dos produtos cerâmicos. Os preços já eram significativos, porque a oferta era pouca. Mas agora, com a subida do preço do gás, que é incomportável, há fábricas a equacionar fechar. Se assim for, diminuirá a oferta e os preços subirão ainda mais.

Face a todas estas circunstâncias, a habitação vai ficar ainda mais cara…
Sim. Além de que também passará a ser mais difícil contrair crédito à habitação. Por um lado, porque juros e spreads estão a subir, por outro, porque os prazos dos créditos vão ser mais curtos. Os novos empréstimos vão ter de ser pagos em menos tempo. E os bancos já não concedem a totalidade do empréstimo. Tendo em conta o nosso nível de vida, será cada vez mais difícil comprar casa.

Os portugueses, que estavam entre os povos europeus com mais casa própria, vão ver esta realidade mudar radicalmente?
Não sei se vai mudar. O que acontecerá é que haverá necessidade de ajustar as casas à capacidade das famílias. Nalguns países um T3 tem 80 metros quadrados, cá dificilmente tem menos de 130. Os portugueses terão de ter casas mais pequenas, mais ajustadas à capacidade de endividamento, mas com mais qualidade e mais conforto. Hoje, as novas casas já têm de ser classe A. Mas isto também vai encarecê-las. Por outro lado, um casal em início de vida provavelmente não poderá comprar um T3, mas antes um T2 ou um T1, e depois terá de ir mudando de casa em função das necessidades e da disponibilidade financeira.

Que desafios têm nos próximos anos as empresas do sector?
O principal é a renovação do quadro de pessoal. Vai ser um desafio enorme e, receio, nada fácil. A emigração pode atenuar o problema, mas depende da adaptação e das capacidades dos que vierem.

Quais as expectativas em torno do Plano de Recuperação e Resiliência? Virá beneficiar o sector da construção e obras públicas?
Há uma grande propaganda política à volta do PRR. Resta-nos saber se vamos conseguir mão-de-obra para executar e como vai ser a evolução dos preços. Se existirem projectos, os preços base vão ter de ser revistos. Para quem lança obras, é hoje muito complicado fazer uma estimativa para os valores base, porque passados três meses percebe-se que deveriam ter sido aumentados em 10% ou 20%. Vai ser um desafio muito grande para o Estado arranjar uma estratégia para que quando as obras forem lançadas o valor base seja ajustado ao momento. Caso contrário corre-se o risco de os projectos ficarem obsoletos em termos de valor base da proposta.

Se já antes muitos concursos públicos ficavam desertos, devido aos valores base desajustados, isso vai agravar-se nas actuais circunstâncias…
Demora-se demasiado tempo a lançar as obras. Entre a ideia, execução do projecto, estimativa de valores, lançamento do concurso e decurso dos prazos, facilmente passam dois anos. E os valores base tornam-se completamente desajustados. O Estado é mau a fazer previsões de valores base de concursos. Com a escalada desenfreada de preços, vai ser ainda mais difícil. Corremos o risco de os concursos terem de ser recorrentemente relançados. Assim, o Estado vai ter dificuldades em gerir o PRR.

 

 

 

 

 

 

 

 

Etiquetas: aricopconstruçãoeconomiaobras públicas
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