Li entrevistas e textos avulsos publicados nos “media”. Vi um filme baseado na investigação do jornalista Daniel Estulin, que me conduziu à leitura do seu livro Toda a verdade sobre o Clube de Bilderberg.
A imagem que recolhi de todas estas fontes deixaram-me, no mínimo, apreensiva. Reconheço que tudo o que se relaciona com Bilderberg permanece nebuloso, não permitindo certezas absolutas.
Mas algo de muito inquietante transparece, convidando a uma reflexão profunda sobre a verdadeira natureza deste clube, nascido já em 1954. Na verdade, foi em Maio desse ano que os “Bilderberg” se reuniram pela primeira vez na cidade de Oosterbeek, na Holanda, tendo a reunião ocorrido num Hold que deu o nome ao Clube.
Seguindo alguns autores, na origem deste primeiro encontro teria estado a vontade de promover as relações entre os Estados Unidos e a Europa, reforçando “um consenso sobre o capitalismo ocidental de mercado livre e os seus interesses em todo o mundo”.
Desta reunião, que ocorreu durante um fim-de-semana, rodeada do maior secretismo, sabe-se apenas que foi aí decidida a realização de conferências anuais, que têm vindo a concretizar-se. Mas não foi dado a conhecer qual o verdadeiro e real objectivo dessas reuniões. Sabe-se, no entanto, que nelas são analisadas e discutidas importantes questões de âmbito mundial, com influência na política, na banca e na economia.
[LER_MAIS] Sobre este clube é importante sublinhar que dele apenas faz parte a elite daqueles que detêm o real e efectivo poder: banqueiros, representantes da alta finança, embaixadores, chefes de estado e do governo, políticos, altos representantes da indústria, das multinacionais, das seguradoras e de poderosos grupos da comunicação social.
Entre os portugueses destaca-se a presença de Durão Barroso, antigo presidente da Comissão Europeia e actual presidente não executivo da Goldman Sachs, que é membro permanente dos directores do clube. Mas o que verdadeiramente nos interessa saber são os reais objectivos e propósitos que estão subjacentes a “Bilderberg”. Muito se tem escrito sobre esta matéria.
Mas as opiniões divergem, tendo surgido diversas teorias que alguns denominam como “teorias da conspiração “. Um facto é no entanto inquestionável. Estas reuniões, sempre secretas, onde se reúnem os poderosos do mundo, não são, nem podem ser, inocentes. Têm forçosamente como objectivo primeiro a defesa dos interesses dos seus membros, bem diversos dos interesses dos comuns mortais.
Segundo o jornalista Daniel Estulin, que investiga há mais de 15 anos os segredos que envolvem o clube, o seu objectivo ultimo será a criação de um “mundo de senhores e escravos” com um “Governo Mundial Único (Empresa Mundial) com um único mercado global, policiado por um único exército mundial, e financeiramente regulado por um único Banco Mundial mediante moeda global única”. Será assim?
*Advogada