PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Economia

Arnaldo Matos: “A qualidade de vida não se mede pelos automóveis”

Daniela Franco Sousa por Daniela Franco Sousa
Outubro 7, 2021
em Economia
0
Arnaldo Matos: “A qualidade de vida não se mede pelos automóveis”
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

Ao cabo de 70 anos dedicados à indústria de moldes, anunciou que deixa em definitivo a vida activa. O que motivou esta decisão?
A minha idade. E também porque a empresa Topo atravessava dificuldades. Tinha clientes com dívidas. Foi uma conjugação de motivos.

Qual foi o segredo de tamanha longevidade na carreira profissional?
Até estou a passar um mau bocado por falta dessa rotina de trabalho. Gosto muito da profissão. Fui gravador de moldes. Comecei a trabalhar quando tinha cerca de 12 anos. Quando acabei o curso na Escola Industrial e Comercial da Marinha Grande, tinha 19 anos, o meu tio Edilásio promoveu-me a encarregado. Meteu-me de tudo à disposição para trabalhar na gravação. Portanto, ganhei grandes condições para trabalhar. E eu também era muito produtivo.

Que legado deixa à história industrial da Marinha Grande?
A Molde Matos, a Plimat, a Matosplás e a Plimex, projectos onde fui co-fundador. Também o facto de ter liderado a Cefamol durante 22 anos, entre presidência e vice-presidência. E acho que fui um bom professor, um bom mestre de serralharia de moldes. Assim como nos projectos. Acho que nos moldes estive bem no início e no fim. Fui guarda-redes e ponta-de-lança.

Qual foi o projecto que mais prazer de lhe deu fazer?
O projecto maior que fiz foi a Plimat, que resultou da Molde Matos. Por tudo aquilo em que ela se tornou.

Tem passado os últimos anos entre Marinha Grande, Alcobaça e Cascais. Continua a ter a cidade da Marinha Grande como a sua casa?
Gosto mais da cultura de Alcobaça. A Marinha Grande tem mais ou menos a idade dos Estados Unidos. Surgiu depois do grande terramoto de Lisboa. Alcobaça tem cerca de 800 anos. E a Marinha Grande é uma mistura de gente que vem de todo o lado, que se mudou em busca de emprego. O problema é que, também fruto dessa mistura, isto nunca teve bases culturais que sustentassem a cabeça das pessoas. A minha casa é Timor, onde estive dois anos durante a Guerra Colonial. Parti a 24 de Fevereiro de 1962 e regressei a 25 de Junho de 1964. Foi uma pequena passagem na minha vida, mas tempo suficiente para apreciar os valores, a cultura primitiva de Timor. Era na sua origem uma sociedade matriarcal. Alguns entendiam que aquilo estava muito ligado aos portugueses. É verdade, mas só em certa parte. Havia uma mistura entre o catolicismo e a maneira primitiva de os timorenses verem um Deus. Para os timorenses não havia propriamente um Deus. Havia a admiração por uma grande árvore ou por um homem muito bom. Casei-me cá e meses depois fui para Timor, onde fui segundo-sargento miliciano. Foi lá que ofereci o meu fato de casamento ao mainato [empregado doméstico]. Na actividade militar só precisávamos de camuflados. Para o bem e para o mal, Timor teve grande influência em mim. Talvez por essa minha experiência, nunca dei grande importância ao dinheiro.

E que diferenças encontra na Marinha Grande de hoje e na terra que o viu nascer há 83 anos?
Do ponto de vista tecnológico, esta é talvez a cidade mais digital do País. Tem uma cultura hoje mais moderna. Mas é pior, do ponto de vista humano. Do ponto de vista tecnológico teve grande crescimento. E também acredito que [LER_MAIS]contribuí para isso, com grandes equipamentos tecnológicos que chegaram à Molde Matos. Melhorou incomparavelmente na qualidade de vida que oferece. Na casa da minha mãe, a cozinha era de terra batida com chão coberto de junco. Mas a qualidade de vida não se mede pelos automóveis, não se mede pela tecnologia. Em certos sítios do interior do País, é melhor do que aqui. E até podem ganhar menos. Em Alcobaça não se vê gente a passear com carros de gama alta. Têm um carro que está bom e andam nele 20 ou 30 anos. Qualidade de vida é ter uma vida simples, em contacto com a natureza. E é ter actividade cultural. Onde há muros velhos, antigos, mas preservados, há geralmente cultura. Aqui vive-se mais em caixotes.

Na semana passada, a população escolheu um movimento independente para liderar os destinos da Marinha Grande. Que impacto terá esta mudança, em especial na vida económica da cidade?
A Marinha Grande deu menos aos empresários e aos trabalhadores, do que os empresários e os trabalhadores deram à Marinha Grande. A partir de agora não muda muito. Por muito boa vontade que Aurélio Ferreira tenha, e tem, e é honesto e trabalhador, o sistema não deixa. Embora eu ache que ele vá ser um bom presidente. Mas pode não conseguir. Há um sistema, há um Governo. Embora hoje também já exista mais poder nas autarquias. E vai haver ‘bazuca’. E que diferenças encontra entre os jovens de hoje e os de outrora? Os jovens de hoje têm mais formação. Também estão formatados. Formatados para produzir, para ter filhos, embora não o tenham feito muito… Mas são melhores. No meu tempo, não se via um homem a ajudar a mulher a carregar o saco de compras ou a segurar os filhos ao colo. Segui todos os movimentos do Maio de 68 em França. Enquanto na Alemanha as mulheres ainda continuavam a caminhar a metros de distância dos maridos, já Portugal estava mais avançado no que respeita a esta alteração da relação homem-mulher. Em pouco tempo, seguimos a França.

E como vê o papel que as mulheres desempenham hoje nas organizações e nas empresas?
As mulheres e os homens são iguais no sentido lato do termo. Tive três secretárias. Todas elas foram top. Em termos profissionais, elas têm valor acrescentado em relação ao homem. Até porque têm necessidade de afirmação, por causa de certos resquícios de machismo.

Homem de esquerda e dos livros
 
Arnaldo Matos nasceu há 83 anos no lugar da Ordem, na Marinha Grande, filho mais novo de um vidreiro, anarco-sindicalista, que regressou dos Açores, onde estivera detido às mãos da PIDE. Começou a trabalhar aos 12 anos e foi na fábrica de moldes do tio, Edilásio, que começou a revelar a sua capacidade criativa. Aos 19 anos já era encarregado do sector da bancada. Trabalhou de dia e estudou à noite, tendo concluído assim o Curso Industrial. Depois de regressar de Timor-Leste, começou a projectar o seu futuro como empresário de moldes. Homem de esquerda, influenciado pelo anarquismo de Proudhon, Arnaldo Matos continua a dedicar muito do seu tempo à leitura e à escrita, ocupando-se com as suas notas biográficas, com a poesia e também com a análise social. O Facebook tornou-se numa valiosa ferramenta de trabalho para o octogenário. Entre outros passatempos, está também a criar mecanismos, utilizados nos moldes, que considera serem “inovadores e que, no futuro, podem ser úteis a alguém”. São projectos que quer deixar aos amigos, confidencia.
Etiquetas: empresárioindústriaMarinha Grandemoldes
Previous Post

Jovem apanhado na Marinha Grande, quando roubava uma moto, um casaco de motoclismo e um capacete

Próxima publicação

Arcebispo primaz do Brasil preside ao 13 de Outubro em Fátima

Próxima publicação
Arcebispo primaz do Brasil preside ao 13 de Outubro em Fátima

Arcebispo primaz do Brasil preside ao 13 de Outubro em Fátima

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.