Depois de centenas de milhares de hectares ardidos entramos em novembro com fogos ainda ativos.
Como é possível em Portugal, em pleno século XXI, assistirmos dezenas de vezes durante o verão e agora outono a incêndios de enormes dimensões que além de destruírem o nosso património florestal levaram a vida de mais de 100 pessoas?
Como foi possível desmobilizar os meios de combate aos incêndios quando todas as previsões meteorológicas indicavam que o “verão” estava para durar pelo menos até meados de novembro?
Como é possível continuarem a contar ao povo que foram “maluquinhos” os responsáveis, ou mesmo a queda de um poste da EDP que estiveram na origem dos maiores incêndios deste ano?
Infelizmente no nosso país tudo é possível… Depois da tragédia de Pedrogão Grande e dos incêndios de 15 de outubro importa refletir e começar a preparar o futuro.
É fundamental que os políticos deixem as guerras partidárias e se juntem ao povo na luta pela reorganização das nossas florestas e pela prevenção dos incêndios.
[LER_MAIS] Devemos todos condenar quem tem feito aproveitamento político da tragédia. Pedro Passos Coelhos foi o primeiro com os supostos suicídios em Pedrogão.
Assunção Cristas, responsável pela liberalização da plantação do eucalipto, enquanto ministra da agricultura tem tido discursos demagógicos e será por certo “castigada” em futuras eleições, tenha o povo memória.
Mas bem mais perigosos que os políticos mencionados atrás são os supostos especialistas em tudo e mais alguma coisa.
Os “Professores Caramba” da nossa praça, com o comentador José Gomes Ferreira à cabeça, são um perigo para o país. Falam no combate aos incêndios e no plano de reflorestação como se fossem especialista na matéria.
Acreditar no que dizem sobre estas matérias é como precisar de uma cirurgia ao coração e não a fazer com o Professor Doutor Manuel Antunes mas antes com o “Professor” Jorge Jesus!
*Professor e investigador
Texto escrito de acordo com a nova ortografia