O poder local – algo opressor, há que dizê-lo com relativa frontalidade – vem sistematicamente boicotando a progressão democrática deste povo. E este, poderá em breve avançar com uma agenda referendária que unilateralmente declare e reconheça a vontade continuar a trilhar o seu próprio ribeiro!
Mais do que uma vontade, reclama-se o direito a descarregar o que muito bem entenderem, no momento que acharem mais oportuno.
As vozes críticas que mais recentemente vêm afirmando que esta mobilização se alimenta quase em exclusivo dos interesses de uma elite abastada de porqueiros, estão obviamente alheadas da realidade, como se poderá comprovar, estou certo, após a realização deste episódio referendário. Estou certo de que se trata de um levantamento popular, de base, em que hierarquias agropecuárias e povo se juntam num já rouco bramido.
[LER_MAIS] Enquanto se preparam os elementos necessários para a materialização desta consulta, a população iniciou já a preparação dos estudos que levarão à construção de um muro de separação entre os Milagres e os Marrazes; e que obviamente será pago pelos Marrazes!
Contornando o tranquilo mundo da política, mas ainda na senda do soberanismo local, já me foi confidenciada a forte possibilidade de em breve ser lançada uma descarga nunca vista, que sobrevoará o espaço aéreo da Barreira e do Reguengo, antes de se desintegrar na Maúnça, barrando de negro e cinza as encostas e várzeas do Liz.
Esperemos que a ordem constitucional prevaleça neste bonito território de Ulmar, sem que outros elementos sediciosos se mobilizem e afrontem o que foi declarado pelas urnas na passada tarde de domingo.
*Investigador
Texto escrito de acordo com a nova ortografia