A dada altura o arquivista referido nesse texto, Thomas Lannon, tem a seguinte frase: “Eles (arquivos) contam as histórias por trás das coisas, o não publicado, o difícil de encontrar, a verdadeira história.”
Refere ainda uma das características que está adstrita aos documentos de arquivo, a autenticidade, que confere a estes documentos a importância por serem únicos. Efetivamente, se necessitamos de um livro podemos encontrá-lo numa livraria, numa biblioteca, ou por empréstimo de alguém próximo.
É o que não acontece com os documentos de arquivo, pelo simples facto de serem únicos e só existirem nesse local. O que confere a autenticidade a um documento de arquivo é todo um conjunto de características intrínsecas e extrínsecas, que vão desde a estrutura física ao seu conteúdo, não descurando os elementos que o documento adquire à medida que vai percorrendo o seu ciclo de vida, ou seja, carimbos, marcas, informações e registos. O que para muitos agentes não passa de “elementos decorativos”.
[LER_MAIS] Assim que um simples documento dá entrada numa organização, fica sujeito a um conjunto de regras e procedimentos, que o transforma em documento de arquivo; só desta forma é que adquire a autenticidade, integridade e fidedignidade.
Facilmente associamos esta intervenção a um documento em suporte papel, no entanto esta ação de tornar um documento autêntico, íntegro e fidedigno aplica-se independentemente do suporte ser em papel, digital, magnético, ótico, etc… o que torna os arquivos aliciantes na sua atuação.
A sensibilidade para esta área assume uma importância tal que, em caso da não existência deste património, estaríamos perante a perda de um valor incalculável e irrecuperável da verdadeira História. É o que acontece com muitas entidades extintas e que marcaram um período da sociedade, ao não ter sido acautelado o património arquivístico que se desmoronou junto com as infraestruturas.
Por este motivo fico com a sensação que muitas verdadeiras histórias ficaram por contar, explorar e por descobrir. Ao olharmos para trás ficamos apenas com recordações que dificilmente se perpetuam no evoluir da sociedade impedindo a afirmação da nossa identidade.
*Vogal CEPAE
Texto escrito de acordo com a nova ortografia