Era uma vez uma cidade. Era uma vez uma cidade que crescera à volta desse castelo de era uma vez. Era uma vez, eram duas vezes, eram três… Era uma vez oito vezes!
Era uma vez 2010. Era uma vez um castelo apagado que se erguia sobranceiro sobre uma cidade cinzenta. Era uma vez uma cidade cinzenta que olhava o castelo de era uma vez sem que realmente o visse. Era uma uma vez uma praça no coração da cidade.
Era uma vez uma praça no coração da cidade e uma esplanada e um plano que se esgrimia entre um pequeno grupo de lunáticos sonhadores que olhava o castelo de era uma vez e o via.
Era uma vez uma cidade cinzenta que olhando o castelo de era uma vez sem que realmente o visse, o viu também! Era uma vez, eram duas vezes, eram três… Era uma vez oito vezes!
Era uma vez um castelo resgatado da penumbra. Era uma vez uma cidade iluminada. Era uma vez uma cidade iluminada pelo seu castelo sobranceiro resgatado da penumbra, vivo. Era uma vez as gentes da cidade.
[LER_MAIS] Era uma vez as gentes de outras cidades. Era uma vez as gentes de cidades longínquas, lá das pontas da Europa. Era uma vez gentes de cidades longínquas de além-mar também. Era uma vez todas essas gentes juntas dentro do castelo resgatado da penumbra sobranceiro sobre a cidade iluminada.
Era uma vez todas essas gentes juntas dentro do castelo resgatado da penumbra sobranceiro sobre a cidade iluminada a celebrar a vida, a celebrar a diferença, o respeito pela vida e o respeito pela diferença.
Era uma vez um castelo com música entre as suas muralhas. Era uma vez um castelo com uma música tão apelativa entre as suas muralhas que havia gentes da cidade, de outras cidades, de cidades longínquas lá das pontas da Europa e mesmo gentes de cidades além-mar, que respondiam ao seu chamamento.
Era uma vez uma cidade com um castelo sobranceiro que se tornou a casa de todas essas gentes. Dos que já cá estavam e de todos os que a peregrinam desde que o castelo, que se ergue sobranceiro sobre a cidade, da penumbra saiu. Uma, duas, três, oito vezes!
Era uma vez 2017. E agora a cidade não é só de quem a habita. E agora a cidade mora dentro de todos os que a visitam, não importa o quão longe dela vivam. E agora a cidade não é cinzenta. Nas suas veias corre vida.
E se fecharmos os olhos sentimos o seu coração a bater. E há crianças, de novo, a correr na praça. E o castelo lá em cima, a olhar-nos, sorrindo, agradecendo o resgate da penumbra que lhe impusemos. Era uma vez um final feliz. Mas sem final.
*Presidente da Fade In