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Achar emprego em plena pandemia, a tal agulha no palheiro

Daniela Franco Sousa por Daniela Franco Sousa
Dezembro 3, 2020
em Abertura
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São inegáveis os números que atestam uma considerável subida do desemprego na região de Leiria, bem como em quase todo o País, fruto da pandemia que fez parar ou abrandar muitos sectores de actividade. No entanto, apesar da dura realidade, há quem tenha encontrado ou criado o seu próprio posto de trabalho depois de Março de 2020.

Optimismo e persistência são algumas das características destas pessoas que, apresar das contrariedades, não deitaram a toalha ao chão. O JORNAL DE LEIRIA ouviu algumas delas, bem como as recomendações de especialistas, que indicam quais os sectores de actividade onde há carência de mão-de-obra.

Contra o desemprego, empreender, empreender
Foi no passado mês de Setembro, em plena pandemia, que Cátia Jerónimo, de 23 anos, já cansada de tanto alternar entre períodos de trabalho temporário e de desemprego, resolveu aventurar-se num negócio por conta própria. Estava uma vez mais inscrita como desempregada no Centro de Emprego da Marinha Grande, depois de ter sido dispensada de uma fábrica, quando sentiu vontade de criar o seu próprio emprego e explorar um café. E nem chegou a usufruir de todo o subsídio de desemprego a que tinha direito. Contou à mãe a ideia, no dia seguinte começou a procurar estabelecimentos na cidade e, quase de imediato, já tinha as chaves na mão.

Com formação na área de técnica de vendas, a jovem entendeu que era o momento de colocar em prática alguns dos ensinamentos que tinha recebido, de poder criar os seus próprios horários e libertar-se do trabalho por turnos. Com casa e carro para pagar, também considerava que passar temporadas sem emprego fixo “não era vida”. Cátia recorda que o seu impulso não foi logo acarinhado pela família, que temia resultados negativos, devido ao contexto de pandemia, aos horários de funcionamento limitados e aos próprios clientes, que nesta fase também perderam poder de compra. Mas a jovem não desistiu.

Tal como imaginava, partir para um negócio nesta fase não foi fácil. Todos os pedidos de ajuda, de informação, simples documentos foram ainda mais complicados de obter, com a maioria dos serviços a solicitar emails ou agendamento de reuniões. Tempos que não se coadunam com a urgência de quem tem compromissos e prazos a respeitar.

Apesar das dificuldades do arranque, o balanço está a ser positivo, com muitos clientes assíduos e com grande solidariedade entre fornecedores, o que acaba por compensar a carga burocrática associada à abertura do café, realça a comerciante. Ao ponto de Cátia já sonhar em abrir um segundo estabelecimento, onde possa vir a reunir um público mais novo, uma casa com música e jogos.

Aos jovens que estão desempregados e que ambicionam ter o seu próprio negócio, a comerciante recomenda que estudem bem e atempadamente o mercado e todos os apoios de que possam beneficiar. Mas alerta, sem gosto pelo atendimento ao público não há estabelecimento do género que possa singrar.

“Uma pausa” enquanto espera pelo turismo
Quem também viu neste café uma oportunidade foi Irina Oliveira, irmã de Cátia, que está a aproveitar a experiência e a amealhar parte da remuneração, enquanto aguarda por uma oferta de emprego no ramo do turismo.

Tem 18 anos e concluiu em Julho o curso de Técnica de Turismo na Escola Profissional e Artística da Marinha Grande. O seu sonho é conseguir trabalho na organização de eventos. Mas como essa é precisamente uma das áreas mais afectadas pela pandemia, esse objectivo vai ser, só por agora, adiado. “Isto é só uma pausazinha”, considera a jovem.

Tal como a irmã, também já teve emprego como operária fabril. Conseguiu- o em Agosto, mal terminou os estudos. “Estava numa zona de pintura a escolher peças”, conta Irina. “Mas tinha vertigens e desmaiava e percebi que tinha a ver com o ruído. Tive de desistir”, explica a jovem.

Desempregada e sem oportunidades de emprego na sua área, resolveu juntar-se à irmã no negócio do café. Em pouco tempo, já conhece as rotinas dos clientes e aquilo que cada um quer. Gosta do contacto com o público. E enquanto a organização de eventos não chega, aproveita para tirar a carta de condução e amealhar algum dinheiro, que poderá dar jeito se as próximas oportunidades de trabalho chegarem de centros urbanos mais distantes.

É esse optimismo e capacidade de adaptação que a jovem recomenda a quem como ela está a lutar por uma carreira profissional.

Emprego novo depois dos 50 anos
José Luz, de Leiria, é exemplo de que é possível encontrar emprego em plena pandemia. Mesmo depois deter completado 50 anos, o que, até em períodos normais, é muitas vezes encarado como raridade. No seu caso, o segredo está nos longos anos de experiência e num trabalho especializado, o que é valorizado no mercado laboral, acredita José Luz, que sempre se manteve confiante.

Depois de mais de 30 anos de dedicação ao sector das tintas, no final de 2019, passou a integrar o número de desempregados inscritos no Instituto de Emprego e de Formação Profissional. A oportunidade de voltar a fazer o que gosta veio a surgir em Setembro deste ano. “Sou responsável de loja e tenho várias funções, desde a área comercial, atendimento e aconselhamento ao público ou facturação”, exemplifica.

Satisfeito com a vida profissional, recomenda a todos os que se encontram desempregados que não desanimem, que não deixem de se candidatar e que se sirvam também dos seus contactos pessoais e informais para se informarem de quem possa estar a recrutar. O tempo de espera, sugere, também deve ser uma oportunidade para apostar na formação e na especialização, uma vez que “o mercado assim o exige”.

Esta é de resto a convicção de Pedro Rodrigues, responsável pela loja PigmentiTotal, que abriu portas em Leiria, e que veio a dar emprego a José Luz. Foi precisamente no contexto de Covid-19 que inaugurou duas lojas, a de Sintra, em Março, e a de Leiria, em Setembro, com as quais criou cinco novos postos de trabalho.

O empresário concorda que a qualidade dos produtos, a formação e o know-how dos seus colaboradores são de resto as grandes responsáveis pelo bom desempenho das suas lojas, mesmo em períodos difíceis. Aliás, Pedro Rodrigues salienta que nem sabe o que é gerir um negócio sem crise. “Abri a minha empresa em 2006 e logo em 2008 chegou a primeira crise, associada ao ramo imobiliário”, recorda o empresário, que recomenda uma gestão baseada em critérios de “autonomia financeira, poupança, sustentabilidade, contratação de pessoas com know-how e artigos de qualidade”.

A bonança depois de muitas tempestades
Paulo Ramos e a família estavam longe de imaginar que, depois de cruzarem o Atlântico em busca de uma vida mais tranquila e segura, iriam viver, em tão curto período de tempo, um número tão grande de provações. Felizmente, tudo entrou nos eixos e o controlo da situação profissional foi o impulso que faltava.

Paulo e a esposa, Fernanda, ambos de 38 anos, deixaram o Estado de Espírito Santo, no Sudeste do Brasil, onde tinham trabalho e casa, para procurarem segurança e garantirem educação de qualidade aos filhos, o que não estavam a conseguir encontrar do lado de lá do Atlântico. Mas, em Março deste ano, a chegada da pandemia veio colocar o casal numa situação de graves dificuldades financeiras.

Com quatro filhos para alimentar, Paulo foi dispensado da fábrica de loiças sanitárias ondelaborava, que, face à quebra de encomendas, não lhe renovou o contrato. E Fernanda, em casa com um filho bebé, já se encontrava à época desempregada.

Os problemas adensaram-se quando o bebé desenvolveu uma pneumonia aguda e o mais velho tuberculose. “Um calvário”, recorda Paulo. “A gente não sabia o que ia comer. Não era o que ia comer no dia seguinte, era naquela hora mesmo.”

A ajuda começou a chegar quando, numa conversa informal, a professora de um dos seus filhos perguntou se estava tudo bem lá por casa. Desde esse momento, os pais dos outros alunos começaram a ajudar com alimentos e o agregado de Paulo passou a integrar a lista de famílias carenciadas ajudadas pela Adeser II, em articulação com o movimento Todos Pela Marinha.

Além dos cabazes de alimentos, Paulo e Fernanda passaram a ser um dos casais apoiados pela Adeser II na inserção no mercado de trabalho. E o novo emprego não tardou. Paulo conseguiu trabalho dia 1 de Junho numa fábrica, na área da pintura, e Fernanda foi recrutada também, pela mesma unidade, para a área da qualidade. Já em Novembro foi a vez do filho mais velho, de 20 anos, que também viu garantido trabalho nesta mesma fábrica.

Muita fé, optimismo, não ter orgulho de pedir ajuda e ter a humildade de se ajustar aos empregos possíveis nesta fase são algumas das recomendações deixadas por Paulo Ramos, que já foi topógrafo, motorista de autocarro, instrutor de condução, entre muitas outras profissões. “É o trabalho que nos escolhe, não somos nós que escolhemos o trabalho”, remata o operário fabril.

Dar a mão na procura activa de emprego
Nos últimos meses, a Adeser II – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social da Região da Marinha Grande reforçou o apoio à população. A chegada da pandemia, a paragem de alguns sectores de actividade, bem como o abrandamento de outros, deixou muitas famílias em maus lençóis, sendo que algumas deles nunca tinham sido, até então, referenciadas pelas várias instituições.

Em parceria com o movimento solidário Todos pela Marinha, a Adeser II tem reforçado a distribuição de cabazes de géneros alimentares por muitas famílias, que viram os seus rendimentos cair abruptamente fosse por situações de layoff, fosse por situações de desemprego que, nalguns casos, bateram à porta dos dois membros do casal. Por esse motivo, [LER_MAIS]através do seu projecto CLDS 4G Marinha Social, a Adeser II tem também reforçado o seu apoio à inserção ou reinserção no mercado de trabalho, explica Marina Domingues, coordenadora do CLDS 4G.

Felizmente, alguns deles já conseguiram emprego, tal como sucedeu com Paulo e Fernanda Ramos, nota a coordenadora. Entre as pessoas que têm chegado até à Adeser II, em busca de apoio para arranjar emprego, estão sobretudo aqueles que se encontravam em situação de trabalho temporário e que com a chegada da pandemia já não renovaram os seus contratos.

Há também cidadãos estrangeiros, alguns deles recém-chegados a Portugal e que, além de não terem emprego, não tinham ainda conseguido actualizar a documentação, o que dificulta ainda mais o seu processo de recrutamento, e sobretudo pessoas na casa dos 30 e dos 40 anos e com filhos a cargo, especifica Marina Domingues. Há ainda alguns casos de quem trabalhava na restauração, conta a coordenadora.

Falta trabalho, mas também faltam qualificações e, nalguns casos, falta também informação sobre como se procura emprego de forma eficaz, expõe a responsável. E, nesta fase, as empresas têm menos tempo para se dedicar à formação. Quando precisam de recursos humanos, os empregadores escolhem quem já saiba executar a tarefa. O objectivo é satisfazer os pedidos de encomendas o quanto antes.

A boa notícia, adianta a coordenadora do CLDS 4G Marinha Social, é que já se começa a sentir a chegada de mais trabalho a algumas empresas, sendo que algumas até já estão a empregar directamente pessoas em vez de os recrutarem temporariamente por intermédio de outras empresas. Existem até casos de empresas que carecem de colaboradores com qualificações muito específicas e que o mercado ainda não tem disponíveis. É o caso de carpinteiros, exemplifica Marina Domingues.

Quebras no turismo e na agricultura disparam desemprego no Oeste

Os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) demonstram a devastação que a pandemia trouxe à nossa região em matéria de destruição de postos de trabalho (Ver gráfico em baixo). De acordo com o IEFP, em Outubro de 2020, o número de pessoas inscritas como desempregadas aumentou significativamente em comparação ao período homólogo de 2019, portanto, anterior à chegada da Covid-19. Num ano, este número subiu de 9505 para 13909, o que representa um aumento do desemprego na região na na ordem dos 46%.

Sendo que os concelhos da região Oeste, e também Ourém, estiveram entre os territórios onde o desemprego mais se fez sentir. No concelho de Bombarral, entre Outubro de 2019 e Outubro de 2020, o número de pessoas inscritas como desempregadas no IEFP subiu de 199 para 382, o que representa um aumento de 92%. Já na Nazaré, esse aumento foi de 70%, passando de 291 para 494 desempregados inscritos no IEPF. Em Ourém, o aumento foi de 64%, com uma subida de 557 para 912. E em Caldas da Rainha, a subida foi de 62%, com 1064 desempregados inscritos no IEFP em Outubro de 2019 e 1727 inscritos, nessa mesma condição, no passado mês de Outubro.

As variações do desemprego foram ainda assim menores nos concelhos a Norte do distrito de Leiria: Alvaiázere (23%), Pedrógão Grande (21%), Ansião (12%), Pombal (9%).

No caso de Castanheira de Pera (com variação negativa, de menos 0,2%) e Figueiró dos Vinhos (com variação negativa, de menos 19%), até diminui o número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego daqueles concelhos.

Jorge Barosa, presidente de direcção da Airo (Associação Empresarial da Região Oeste) justifica os números no Bombarral com as quebras de produção registadas este ano no sector hortofrutícola, relacionadas com o clima, e que reduziram a necessidade de contratação de recursos humanos. Na Nazaré, expõe o dirigente, o aumento do número de desempregados resultou da diminuição de turistas, com fortes impactos na hotelaria e na restauração.

Já em Caldas da Rainha, salienta Jorge Barosa, que “é um centro comercial a céu aberto”, ressentiu-se a perda de clientes devido à pandemia e à consequente crise. Neste concelho foi ainda visível o impacto da redução da actividade de algumas fábricas, aponta o presidente.

Jorge Barosa estima que os próximos meses serão de dificuldade, mas realça que, uma vez ultrapassada a pandemia, a região Oeste tem potencial para muito rapidamente se reactivar, assim as pessoas recuperem a sua confiança.

Já em Ourém, tem sido frequente o eco dos empresários, que lamentam os impactos que a redução drástica do turismo religioso tem exercido sobre a economia local.

Margarida Batista, directora da filial Brevis de Leiria, tem actuado na área do trabalho temporário, recrutando recursos humanos para empresas de vários concelhos na região, entre os quais Leiria, Marinha Grande, Pombal e Caldas da Rainha. Explica que já existem muitas empresas a trabalhar bem e que estão a carecer de mão-deobra. São sobretudo empresas de plásticos, de injecção e extrusão, também de cerâmica, sendo que a indústria de moldes tem agora abrandado os pedidos de recrutamento.

Os colaboradores não especializados têm sido os mais procurados, expõe Margarida Batista. Quem perdeu emprego numa área mais específica tem agora de se ajustar às oportunidades emergentes. Tem de se reinventar, considera a directora da filial.

 

 

Etiquetas: empregopandemia
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