Essa euforia foi ajudada pelas circunstâncias internacionais, que provocaram um grande aumento da procura turística do nosso país por milhões de estrangeiros e pela procura do imobiliário nacional provocada pelo governo de Passos Coelho com a política dos Vistos Dourados, bem como pela política do BCE de dinamização económica e de protecção aos países com grandes dívidas, através de juros baixos e de dinheiro fácil.
Também o anúncio de que o défice do OE estava na casa dos 2% afastou algumas preocupações sobre o futuro da dívida e, não menos importante, o Presidente da República desdobrou-se em mensagens positivas junto do povo, que conduziram a um novo clima de desanuviamento, ajudado ainda pela vitória de Portugal no europeu de futebol.
Em poucos meses era como se a austeridade tivesse desaparecido com a condenação do governo PSD/CDS e Portugal tivesse renascido, ideia promovida quer pelo Governo quer pelo Presidente da República, como pela maioria dos meios de comunicação e até a União Europeia ajudou à festa com um comportamento muito mais acomodatício do que antes.
Entretanto, desvaneceram-se também as dúvidas sobre o comportamento dos partidos à esquerda do PS, partidos que demonstraram uma surpreendente colaboração com as regras do regime político que tinham tentado descredibilizar durante anos. Tudo bem portanto.
*Empresário
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