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Que levou ao encerramento da quase totalidade das empresas e atirou muitas centenas de pessoas para o desemprego, provocando enormes problemas sociais.
Desses tempos, todos se recordarão da grande tensão que ali se viveu, com muitas manifestações, que incluíram escaramuças com a polícia e cortes de estradas e do caminho de ferro, mas muitos já não terão na memória o ambiente de pessimismo e de falta de esperança quanto ao futuro que ensombrava a Marinha Grande.
Poucos, de facto, conseguiriam nos finais dos anos 80 e início dos anos 90 antecipar que a Marinha Grande viria, duas décadas depois, a ser apontada como um dos modelos da economia nacional, seja pela forte componente industrial, seja pela capacidade exportadora, seja ainda pela intensidade tecnológica que apresenta o seu tecido empresarial.
O primeiro-ministro tem, portanto, toda a razão ao afirmar que “a história da Marinha Grande é exemplar”, podendo-se mesmo dizer que deveria servir como referência para o futuro da economia portuguesa que, como Marcelo Rebelo de Sousa referiu nas comemorações do 25 de Abril, necessita de criar mais riqueza.
E essa riqueza só surgirá com mais empresas do sector transaccionável, de elevado valor acrescentado, que concorram pela diferenciação e qualidade e que invistam em inovação e desenvolvimento de produto.
Ou seja, tudo o que caracteriza o tecido empresarial da Marinha Grande, que contribui com um superavit de 300 milhões para a balança comercial do País com o exterior.
*Director do JORNAL DE LEIRIA
