É mais um exemplo de reconversão em tempos de pandemia. A Betinatexteis, empresa de Leiria que se dedica à confecção e comercialização de têxtil lar, investiu cerca de 800 mil euros numa nova linha de produção para o fabrico de máscaras cirúrgicas e respiratórias FFP2, destinadas aos mercados nacional e internacional. Com este investimento, a empresa ficou com capacidade para confeccionar até 180 mil unidades por dia.
Director técnico da Betinatexteis, Rúben Jorge conta que a nova linha de produção resultou da necessidade de reconversão, na sequência da quebra “abrupta” da procura dos artigos de têxtil lar, registada no início da pandemia. Na fase inicial, a empresa recorreu ao lay-off, mas, entretanto, começou a importar material de protecção da China para revenda.
“Os clientes foram surgindo e sentimos que havia aqui uma janela de oportunidade que se estava a abrir”, recorda. Aos pedidos de máscaras começaram a juntar-se os de outro tipo de equipamento de protecção, como batas, toucas, cógulas, fatos-macaco ou boteiras.
Os trabalhadores em layoff foram regressando à empresa, [LER_MAIS]sediada na zona da Estação, nos Marrazes. “Já estão todos incorporados, incluindo aqueles que, no início da pande- DR mia, tinham os contratos a terminar. Naquela altura, pensámos que não iríamos conseguir renová-los, mas, felizmente, conseguimos manter todos os postos de trabalho [cerca de 40]”, revela Rubén Jorge.
A produção de máscaras na Betinatexteis – que na última sexta-feira recebeu a visita do presidente da Câmara de Leiria e do vereador Carlos Palheira – começou “há cerca de duas semanas”. Para já, estão a ser produzidas, por dia, cerca de 50 mil das cirúrgicas, “certificadas pelo Citeve”, sendo que este número pode chegar às 100 mil.
Quando às FFP2, que, segundo a Direcção-Geral de Saúde, estão recomendadas para profissionais de saúde e doentes Covid-19, a capacidade instalada é de 80 mil unidades/dia.
A nova unidade de produção da empresa implicou um investimento “na ordem dos 800 mil euros”, entre a aquisição de quatro máquinas (duas para fabrico de máscaras e outras duas para a sua embalagem automática) e obras para a criação de “uma sala branca, zona de controlo, sala de desinfecção e área de sujos”.