Actualização: já depois do fecho deste artigo (pelas 13 horas de quarta-feira, 4 de Novembro) para a edição em papel do JORNAL DE LEIRIA, a empresa Infraestruturas de Portugal divulgou informação nova, anunciando a assinatura, amanhã, sexta-feira, 6 de Novembro, do auto de consignação da empreitada entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras, o que vem confirmar o arranque dos trabalhos no mês de Novembro.
Com a infomação divulgada nas últimas semanas pelo Governo e pela empresa pública Infraestruturas de Portugal, estão mais definidos os futuros contornos da ferrovia no distrito de Leiria, a partir de traços que começam a ser desenhados já em Novembro e se expandem num cenário até 2030.
Em causa, a modernização e total electrificação da Linha do Oeste, a construção de uma linha de alta velocidade com estação em Leiria e a articulação entre ambas.
Os trabalhos relacionados com a intervenção na Linha do Oeste entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras, segundo a Infraestruturas de Portugal, poderão começar ainda este mês, dado que existe visto prévio favorável do Tribunal de Contas para o contrato adjudicado ao consórcio Gabriel Couto MCA Aldesa pelo valor de 61,5 milhões de euros.
O investimento prolonga-se por 43 quilómetros e contempla a electrificação e requalificação da via.
Menos meia hora para Lisboa
Mais importante para quem vive e trabalha no distrito de Leiria, Outubro trouxe, no dia 12, a publicação em Diário da República do concurso público para a intervenção entre Torres Vedras e Caldas da Rainha.
Com um valor base de 40 milhões de euros, promete a modernização e a electrificação do troço, numa extensão de 44 quilómetros.
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Também prevê a elevação do apeadeiro de São Mamede a estação, no concelho do Bombarral, e a construção de dois quilómetros em variante na união de freguesias de Campelos e Outeiro da Cabeça, na zona de Torres Vedras.
Há planos para reabilitar edifícios e melhorar as condições de acessibilidade que abrangem as estações de Bombarral e Caldas da Rainha e os apeadeiros de Paúl, São Mamede, Dagorda e Óbidos, nomeadamente, com a criação de acessos às plataformas de passageiros para pessoas com mobilidade condicionada.
Quanto ao reforço da segurança no atravessamento e na circulação, passa pela automatização, supressão de passagens de nível, construção de passagens desniveladas e instalação de sinalização electrónica, telecomunicações e sistema GSM-R.
No total, o projecto de modernização e electrificação da Linha do Oeste a sul está avaliado em 155 milhões de euros e divide-se em duas empreitadas, ou seja, Mira Sintra-Meleças até Torres Vedras (já adjudicada, logo, mais adiantada) e Torres Vedras até Caldas da Rainha (com concurso lançado).
O tempo de percurso entre Caldas da Rainha e Lisboa vai baixar 30 minutos, antecipa a IP, graças à utilização de material circulante de tracção elétrica, optimização do traçado de via e instalação de sinalização e telecomunicações.
E a oferta aumenta das actuais 16 circulações para 48 (dois sentidos) entre Caldas da Rainha e Torres Vedras.
Outros ganhos: a redução dos custos energéticos, emissões de CO2 e níveis de ruído, e o aumento da segurança e da fiabilidade da exploração.
Louriçal e alta velocidade
Entretanto, a modernização e electrificação da Linha do Oeste entre Caldas da Rainha e Louriçal, até 2025, faz parte do Programa Nacional de Investimentos 2030, apresentado pelo Governo no dia 22 de Outubro.
Quando concluídas todas as obras, estará garantida a electrificação total, desde Mira Sintra-Meleças até à Figueira da Foz.
O investimento entre Caldas da Rainha e Louriçal é considerado fundamental por José Rui Raposo, da Comissão para a Defesa da Linha do Oeste, porque já existe serviço directo para Coimbra (através do ramal de Alfarelos) e a requalificação vai significar “grandes ganhos para o comboio relativamente ao autocarro”.
Ou seja, passam a existir condições para viajar sem mudar de composição entre Lisboa e Coimbra sempre em via electrificada e José Rui Raposo argumenta justamente que a CP tem de abandonar a estratégia que divide a Linha do Oeste ao meio em Caldas da Rainha.
Por outro lado, defende, “a Linha do Oeste pode ser muito importante para promover o transporte de mercadorias quer para Lisboa quer para norte”, sem esquecer “o porto da Figueira da Foz”.
A sul, José Rui Raposo preconiza a ligação da Linha do Oeste à zona de Loures para permitir uma nova plataforma intermodal no acesso a Lisboa.
No Programa Nacional de Investimentos 2030 destaca-se a construção de uma linha de alta velocidade em via dupla para passageiros entre Porto Campanhã e Lisboa Oriente, com horizonte de execução entre 2021 e 2030. Segundo fonte oficial do Ministério das Infraestruturas, “deverá implicar uma nova estação em Leiria” – viagem de Leiria a Lisboa em 35 minutos – e “ser articulada com a Linha do Oeste”.
Ainda este mês deverão começar os trabalhos na Linha do Oeste entre Mira Sintra-Meleças e Torres Vedras, um investimento de 61,5 milhões de euros em 43 quilómetros.
Termina em Janeiro, o prazo para apresentação de propostas no concurso público para a modernização e electrificação entre Torres Vedras e Caldas da Rainha, com valor base de 40 milhões de euros, que abrange 44 quilómetros.
Prazo máximo dado pelo Governo para a modernização e electrificação do troço Caldas da Rainha – Louriçal da Linha do Oeste.
Limite para a construção de uma linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto com estação em Leiria e articulação com a Linha do Oeste.