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Até 29 de Agosto, no Codaçal, freguesia de Serro Ventoso, no concelho de Porto de Mós, acontece o Stone Art, com a presença de vários artistas portugueses, espanhóis e italianos.
O Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC) é o mote escolhido para este festival de arte pública.
Até porque ele tem a particularidade de acontecer num espaço de exploração de pedreiras, situado no coração do PNSAC.
No cartaz, apresentam-se Asur, Jorge Charrua, LS, Werens (Espanha) e 2CarryOn, criativos da arte mural, e ainda Alessandro Canu (Itália), Basílio, Noemi Palacios (Espanha), Nuno Bettencourt e Sandra Borges, na escultura.
Por fim, para concretizar peças em graffiti, estarão presentes, nos dias 28 e 29 de Agosto, Acer, Ayer, Eko, Dish, Johnny Double C, Kayro197, Mike Stone, Observ, Trauma e Trip.
A curadoria do festival de arte pública está a cargo do artista 2CarryOn e como embaixador do projecto Luís Amado, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.
As intervenções serão realizadas na zona de entrada das pedreiras locais e em três locais de exploração específicos. Os artistas irão fazer intervenções em palheiros antigos, mas também nas paredes de suporte de terra, na estrada de acesso ao complexo de exploração.
“É uma atracção numa aldeia onde vivem apenas seis pessoas – três casais – mas, onde, há poucas décadas, habitavam mais de meia centena habitantes e [LER_MAIS]é também positivo para os artistas, que foram prejudicados pela Covid-19”, explica o presidente da Junta de Freguesia local.
Carlos Cordeiro explica que os visitantes podem visitar o local durante os períodos de criação dos artistas, numa espécie de visita drive-in. “Mas também podem sair dos carros e ir vê-los trabalhar”, ressalva.
Entre as curiosidades está o número de latas de tinta que se prevê usar: ao todo serão mil. Cordeiro afirma que “esta é uma ideia que poderá ser replicada noutros locais e que pode continuar nos próximos anos”, num regime de periocidade bianual.
O Stone Art é fruto de uma organização conjunta, liderada pela Junta de Freguesia, onde estão presentes o PNSAC, dez empresas de exploração de pedra que contam com explorações no Codaçal, bem como a associação de produtores de pedra (Assimagra), e o Município de Porto de Mós.
Apresenta-se como um festival artístico, “desenvolvido num contexto rural, que procura a integração de obras de arte pública com a natureza circundante”. O objectivo do evento é mostrar que a indústria extractiva é muito mais do que a simples exploração de pedra.
Segundo a autarquia local, este evento procura a “dinamização artística e cultural da região, através da criação de um circuito de arte pública”, através do cruzamento multidisciplinar das artes visuais, o parque natural e os seus recursos naturais e paisagísticos.
“A indústria extrativa de pedra é um dos principais activos da região, que demarca e caracteriza o território numa cultura centenária”, sublinha o presidente da Junta de Freguesia, que adianta que a ideia surgiu há mais de um ano, mas que a pandemia veio atrapalhar a sua concretização.
“Além disso, era preciso esperar por Agosto, quando não há actividade nas pedreiras.”
