O futuro das antigas instalações da Fábrica-Escola Irmãos Stephens (FEIS) continua em aberto, mas o Politécnico de Leiria tem interesse em convertê-las num espaço dedicado ao ensino artístico.
Na passada terça-feira decorreu uma reunião entre o executivo da Marinha Grande e Rui Pedrosa, presidente do Politécnico de Leiria, onde foi abordado o futuro deste espaço, que a Autarquia comprou à banca, em 2018, por 1,2 milhões de euros.
“Existe um planeamento que me parece razoável”, comentou Carlos Caetano no final do encontro. Ficou assente que, antes de intervir na FEIS, a Autarquia trabalhará com a Associação Portuguesa para o Património Industrial, para perceber o que deve ser protegido, salientou Carlos Caetano. Depois, o Politécnico fará um programa funcional para o local, que poderá ter “ligação ao ensino e às artes, como forma de complementar a oferta de Caldas da Rainha”. E depois de tudo isto, há que elaborar o projecto, notou.
O vereador Aurélio Ferreira também não se opôs à ideia. Mas alertou para a necessidade de deixar trabalhar primeiro os especialistas no apuramento do património material e imaterial associado à fábrica-escola. E isso inclui auscultar quem nela trabalhou, para preservar a memória colectiva.
A vereadora Lara Lino considerou importante fazer um levantamento do património existente e estudar um projecto para o local, ouvindo a população, de forma a que esta se reveja nele. A futura utilização deve respeitar o passado, olhando para o futuro, trazendo jovens e estudantes, pelo que o ensino do fabrico do vidro se enquadra nesta missão, defendeu.
Cidália Ferreira, presidente da Autarquia, realçou que a intenção é que o Politécnico trace um programa funcional de requalificação do espaço, um trabalho de benchmarking sobre as melhores opções que o projectem a nível nacional e internacional, auscultando, para esse efeito, a comunidade. O uso do espaço pode não se esgotar no ensino, frisou.
E os resultados do estudo servirão para o perceber. O importante, defendeu, é que “aquilo que for pensado para o local reflicta a identidade da população e dê resposta às suas necessidades no futuro”.