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Home Entrevista

Marta Fernandes: “Somos um país de cantores e Leiria é a cidade da música!”

admin por admin
Maio 29, 2021
em Entrevista
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Marta Fernandes: “Somos um país de cantores e Leiria é a cidade da música!”
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O que tem feito a Marta Fernandes nos últimos tempos?
Continuo a dar aulas de teatro musical, representação e de canto, que mantenho, no M Studio, em Leiria. O último ano foi conturbado, porque passámos muito tempo a fazer aulas à distância. Mesmo assim até ganhámos dois novos alunos. Além disso, estou também a finalizar muitos projectos que tinha começado e que se foram arrastando. Um deles, um musical que estou a fazer com os alunos das escolas dos 5.º e 6.º anos das escolas de Oeiras, tem data de estreia no dia 13 de Junho, no auditório Ruy de Carvalho. É uma iniciativa do Oeiras Valley, produzido por uma produtora de Leiria, a Crianças ao Palco, que me contactou para fazer esta produção. Escrevi o texto e faço a encenação. Eles, o Paulo Sanches e o Sérgio, ficam com a parte musicada do espectáculo. Também entrei de cabeça no projecto Mulheres Nascidas de um Nome, de teatro online, produzido por uma produtora brasileira, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura do Rio de Janeiro. Somos 28 mulheres de 11 países diferentes. Já tivemos seis apresentações em directo, pelo Youtube. Envolvi-me muito, porque é uma iniciativa artisticamente muito interessante, pois é muito fora do vulgar e, a nível pessoal, foi muito importante, já que aconteceu quando estávamos todos em casa e soube muito bem, estar activa, embora dentro do lar. Gostei tanto que avançámos com outro espectáculo que deverei estrear no final de Junho e que se chama O Misterioso Desaparecimento de W. É também um monólogo que partilharei com mais três actrizes. Duas no Brasil e uma em Madrid. Também será online. Ainda nesse formato, estou a fazer adaptações de contos e textos dramáticos. Chama-se Contos Contados. Fazemos dois contos por mês em vídeos de 25 minutos, com adaptações cénicas de grandes textos. Ontem, filmámos o Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare, e temos outros de autores, de épocas e de linguagens relacionadiferentes. Podem ser vistos no Youtube da Paula Luiz. Para esse canal, tenho ainda outro projecto, o Notas em Dó e Ré, que é um encontro musical com compositores e autores nacionais, que tocam instrumentos menos comuns, como a harpa ou o acordeão. Eu e a Paula fazemos a apresentação do trabalho desses autores. Eu canto, dizemos poesia… é um encontro musical.

A música é uma constante na sua vida.
Estou sempre a fazer coisas que a envolvam. Em Março, desconfinámos a peça Enfim, Nós, a pedido da Câmara de Constância, que quis celebrar o Dia Mundial do Teatro e oferecê- la à população através das suas redes sociais. No dia em que a peça foi transmitida, eu estava, em simultâneo, online, em directo com as Mulheres Nascidas de Um Nome. Desde que começámos os confinamentos que tenho trabalhado ainda mais.

“Acabei por me ‘reinventar’. É um verbo que me enervava, quando ouvia dizer que “é preciso reinventarmonos”… aquilo dava-me uma comichão! Nós, os actores, passamos a vida toda a reinventar-nos”
Marta Fernandes

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Sim, fiz uma para o Lidl e continuo a fazer muitas locuções, sou locutora há muitos anos e continuo com essa actividade. Deu para trabalhar a partir de casa. Preparei um estúdio dentro de um roupeiro, com um colchão atrás de mim. Acabei por me “reinventar”. É um verbo que me enervava, quando ouvia dizer que “é preciso reinventarmo- nos”… aquilo dava-me uma comichão! Nós, os actores, passamos a vida toda a reinventar-nos! Mas a verdade é que, no processo de encontrar soluções para me manter activa e ganhar algum rendimento, acabei por me “reinventar” sem intenção de o fazer. O mercado de trabalho alterou muito. O digital passou, definitivamente, a fazer parte do universo da cultura e da arte. Resistimos muito, inicialmente, pois parecia-nos impossível fazer teatro à distância, porque é uma arte de emoções, de contacto e de sensações, porém, acabámos por descobrir coisas muito interessantes nesse trabalho. Os meus alunos, por exemplo, nas aulas online, mostraram-me coisas que jamais tinha visto nas aulas presenciais. O facto de estarem em casa, à vontade, descontraídos e de terem a semana toda, para, ao seu ritmo, fazerem o trabalho, permitiu-lhes criar coisas extraordinárias. Este cruzeiro da [LER_MAIS]pandemia, onde embarcámos todos, teve algumas coisas boas, embora tenhamos ficado um pouco perdidos no oceano.

A pandemia veio tirar a peneira de cima das dificuldades dos artistas e da cultura em sobreviver. Depois disto, alguma coisa irá mudar?
Muitos destes trabalhos que fiz durante este tempo, não foram remunerados. Fi-lo e outros colegas fizeram-no, porque tínhamos necessidade de estarmos activos e criativos, dentro do confinamento e das limitações. Os teatros estavam fechados e nós tínhamos de criar nalgum sítio. Mas agora isso acabou. Percebemos todos que a cultura é fundamental para ajudar a manter alguma sanidade, em períodos destes. Uma das funções da cultura é o entretenimento… ela serve para muitas outras coisas: para abrir mentes, para fazer pensar, para mostrar emoções, para mandar pedras ao charco. Os actores, músicos, bailarinos, pintores, resolvemos oferecer a única coisa que sabemos fazer. Mas atenção, nós também precisamos de sobreviver. Esta iniciativa de fazer com que todas as pessoas se sintam mais aliviadas e unidas neste período, foi feita através da nossa forma de subsistência. Penso que as pessoas perceberam. Nós temos de começar a ser remunerados pelo trabalho que fazemos. A pandemia deu à população em geral a consciência de que isto é uma profissão, de que há famílias inteiras a depender destas profissões e que, se a arte e a cultura desaparecessem, a vida seria triste.

Porque a cultura é um medicamento para boa parte dos nossos males?
A cultura é um antídoto contra a tristeza, é um antídoto contra a ignorância e a estupidez e, hoje, precisamos muito deste medicamento. O que aconteceu veio unir a classe. Trouxe à superfície situações muito graves e provocou a empatia do público para com a nossa situação profissional e laboral. A classe artística está em sintonia e já toda a gente fala abertamente da sua situação pessoal e, aí, houve uma grande mudança. No entanto, a nível de respostas do Governo, das instituições, sinceramente, não sei que consequências a Covid- -19 trará. O que sei é que é a primeira vez, desde que me colectei como artista, faz agora 22 anos, que senti esta união na classe. Ganhámos a percepção de que temos de nos unir para alcançar objectivos, pois não vale a pena continuar a esconder situações e a fingir. Nós, os artistas, sofremosdo estigma de que somos ricos.

E que vos basta fazer as coisas pelo gosto e que não precisam de pagamento.
Exacto! Como se nascêssemos com um fundo de maneio, para fazermos o que nos apetece. Não! Nós vivemos disto! Temos de ser pagos pelo nosso trabalho. O que realmente mudou foi o levantar do véu do fascínio do artista e percebeu-se que há um casal, com filhos, com mãe, pai, sobrinhos, que precisam de apoio. Somos pessoas normais, com as mesmas necessidades básicas e com os mesmos deveres, que precisam de pagar contas, que ficam doentes ou desempregadas. Os artistas também são cidadãos! Temos direito a uma situação laboral legislada e a sermos defendidos, tendo a noção que a nossa situação é diferente em relação aos compromissos contratuais, porque somos trabalhadores independentes e a profissão implica intermitência porque não é possível estar em processo contínuo criativo para a entidade empregadora. Nos períodos onde não temos vínculo laboral não estamos parados. Estamos a criar, a organizar projectos. Não estamos de férias.

Ensina os jovens a exprimirem-se, através da expressão artística e dramática.
O jogo dramático, na minha experiência daquilo que tenho assistido com as crianças, é fundamental para o crescimento e para a cristalização do carácter das crianças e para a capacidade de se relacionarem na sociedade e em grupo. Isto são as bases da entidade e da identidade. Isto é muito importante para definição das bases da entidade e da identidade individual de qualquer pessoa, porque promove a capacidade de comunicação, a capacidade de relacionamento, o respeito e a imaginação. O jogo dramático deveria ser uma disciplina obrigatória do plano curricular escolar. Através dele, as crianças aprendem as estruturas do relacionamento da forma mais instintiva e aprendem também a conhecerem- se. Aprendem quem são, o que querem dizer e desenvolvem a capacidade de pensar e de sonhar.

A arte e a psicologia estão sempre de mãos dadas com a capacidade de ultrapassar crises, como esta pandemia.
É fundamental. É através da imaginação e do sonho que nos libertamos. O ser criativo jamais está preso. Não há prisão física que lhe prenda o espírito. Não há limites. Se não ambicionamos ter futuros adultos com essa capacidade desenvolvida, significa que não temos esperança no futuro. Teremos pessoas muito deprimidas, que não conseguem entrar em contacto com os próprios sentimentos e não se conseguem relacionar com os outros. A pandemia veio bloquear essa capacidade e as crianças, neste cruzeiro em alto-mar sem destino definido, deixaram de se poder relarelacionar fisicamente. E isso é muito importante para qualquer espécie, onde as crias aprendem brincando umas com as outras. É assim que os mais novos aprendem tudo: o seu lugar, as suas intenções, como lidar com as dos outros, qual é o lugar dos outros, aprendem a caçar, aprendem a sonhar. Quando voltei às aulas presenciais, os miúdos estavam com muita necessidade de contacto, mas também com muito receio. O medo é terrível. Está no extremo oposto do amor. O amor cura, faz avançar, faz sonhar, faz crescer e evoluir, enquanto o medo bloqueia, provoca a guerra, o desentendimento, atrasa…

“Nós, os artistas, sofremos do estigma de que somos ricos. Como se nascêssemos com um fundo de maneio, para fazermos o que nos apetece. Não! Nós vivemos disto! Temos de ser pagos pelo nosso trabalho”
Marta Fernandes
Marta Fernandes
Foto de Ricardo Graça

Em Leiria, dá aulas de expressão dramática e dança.Os jovens que a procuram sonham subir ao palco?
Eles sonham com isso e sentem-se muito inspirados pela música. É ela que os une, mais do que a representação. Por isso é que decidi, quando pensei em criar o M Studio, em Leiria, que não iria ter apenas teatro. Sei que as crianças se ligam muito na música e quis juntar as duas disciplinas. Quis dar-lhes a oportunidade de representar, mas também de cantar, porque sei que eles adoram e que muitos têm esse sonho. Somos um país de cantores e Leiria é a cidade da música! O espectáculo que vou estrear em Oeiras é musicado por dois músicos de Leiria. Leiria está representada em todo o lado, através da música. É incrível. Cantar e subir ao palco é uma actividade que obriga a uma vontade muito grande de querer fazer. No início, deixo-os assistir às aulas que quiserem, sem limite de tempo para experimentarem. Só considero que são meus alunos e que têm de pagar mensalidade, quando me dizem “quero ficar”. Não é suficiente serem os pais a dizer que eles têm muito jeito e que, em casa, adoram fazer teatro ou cantar. Preciso que experimentem. Aqui só quero crianças felizes, que queiram mesmo estar aqui, porque isto é uma actividade que implica muita paixão. Não dá para vir aqui só para dar umas braçadas na piscina. Se não, chegam aqui e ficam desconfortáveis. A timidez é normal… e outra coisa é o desconforto. E não gosto de os ver desconfortáveis. O teatro é fantástico para trabalhar as capacidades de comunicação. Toda a gente é tímida e um actor não precisa de ser extrovertido para subir ao palco e saber comunicar é importante em qualquer cenário. Numa empresa, ajuda a falar para um grupo grande, a apresentar uma ideia… exprimir-nos claramente assenta na base do jogo dramático e da representação. É o que precisamos na vida real.

Como se lida com o desaparecimento inesperado de uma pessoa como a Maria João Abreu?
A Maria João era extremamente tímida, mas era um bicho no palco! A morte é algo que custa sempre, porque não a conseguimos compreender, especialmente, quando são pessoas como ela que era uma actriz que, provavelmente, não era desconhecida de ninguém deste País. Este pesar é muito intenso. Ela era a representação da mulher, da actriz, da mãe, da profissional, da amiga… era incrível. O meu primeiro trabalho na televisão foi com ela, no Aqui Não Há Quem Viva. Tinha uma grande admiração por ela e era uma honra vê-la a trabalhar todos os dias. Como pessoa era muito carinhosa. Vai deixar muitas saudades.

Perfil
Paixão pelo palco e pela música
Marta Fernandes nasceu em Alcanena, em Novembro de 1979. É uma actriz e cantora que ficou conhecida por interpretar papéis na série de humor Aqui Não Há Quem Viva e na versão portuguesa da telenovela infantil Chiquititas, onde era a protagonista. Licenciada na Escola Superior de Música e das Artes do espectáculo em Estudos Teatrais, tem trabalhado em teatro, cinema e televisão. A sua última produção teatral foi a peça Enfim, Nós, comédia romântica de Cláudio Torres Gonzaga e de Bruno Mazzeo, ao lado de Ruben Silva. Participou, em 2001, no filme Antes de Amanhã, e no telefilme O profeta, em 2011, e já se aventurou pelo pelo mundo da encenação na peça musical The Music Man.
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