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Duas faixas de protesto, uma delas, colocada pelo Bloco de Esquerda, onde se lê “Basta de farsa, queremos a ETES”, a outra, ligada a outro grupo, escrita com a pergunta “Qual é a solução?”, receberam hoje a secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, e o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Rui Martinho, que estão em Leiria para debater a Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais 2030 e, em especial, o caso da poluição na Bacia do Lis, que tem décadas.
A comitiva do Bloco de Esquerda, depois abordada pela PSP, fez questão de lembrar, pela voz do deputado Ricardo Vicente, as promessas feitas por sucessivos governos do Partido Socialista, no sentido de assumir a resolução do problema, ou seja, face à ausência de estruturas de tratamento e de valorização, seria o Estado a garantir essa solução e a distribuir os materiais orgânicos daí resultantes.
Desde final do ano passado, o Governo tem dito que não vai construir a estação de tratamento de efluentes suinícolas (ETES) prevista para a Bacia do Lis, ao contrário do que estava previsto, entre outros motivos porque, segundo o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, não existe compromisso suficiente da parte dos suinicultores.
Já o Bloco de Esquerda, mantém que a solução passa pela construção da ETES.
Está hoje a decorrer, no Teatro Miguel Franco, em Leiria, uma sessão de reflexão sobre a ENEAPAI 2030 – Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais 2030 e sobre a Bacia do Lis, com as participações da secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, e do secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Rui Martinho.
A iniciativa é promovida pelas áreas governativas do Ambiente e Acção Climática e da Agricultura e pela Câmara Municipal de Leiria e terá transmissão em https://twitter.com/ambiente_pt.
Também o recentemente criado Movimento do Centro para a Justiça Ambiental (MCJA) anunciou que irá assistir ao evento, “de forma a questionar se é intenção do Município e do Governo sujeitar este plano a um processo de consulta pública que permita à população conhecer atempadamente o Plano e pronunciar-se sobre ele”.
“Contribuímos para o debate lançando a sugestão de uma transição no sector pecuário que substitua o modo de produção pecuária intensiva por um sistema de produção pecuária extensiva, que privilegia, sempre que possível, sistemas agrossilvopastoris e que se rege por uma gestão holística da paisagem, entendendo-se que uma transição para um modelo de produção pecuária extensiva terá de ser acompanhada por uma redução significativa das cabeças de gado produzidas na região, e exigimos que esta seja seriamente estudada e considerada pelo governo central e as autarquias envolvidas”, refere o comunicado enviado à imprensa.
