O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) gastou, nos últimos dez anos, cerca de 1,5 milhões de euros no arrendamento de espaços em Leiria para desenvolver a sua actividade formativa.
À procura de instalações próprias há mais de 35 anos, o Centro de Emprego e Formação Profissional de Leiria (CEFPL) tem-se socorrido de espaços arrendados no estádio municipal, em edifícios camarários em São Romão, no Regimento de Artilharia ou na Escola de Formação Social e Rural, nos Marrazes, para a realização de acções de formação.
A própria delegação do instituto também funciona em espaço arrendado num prédio residencial localizado na rua de São Miguel. Ao longo dos anos, foram várias as localizações previstas para instalar o CEFPL, desde o Morro do Lena, passando pela Zona Industrial da Cova das Faias (ZICOFA) e pelo edifício da Caixa Agrícola de Leiria, que acabou por ser comprado pela Câmara.
Todas estas soluções nunca saíram do campo das hipóteses. Há, agora, uma nova luz ao fundo do túnel. Em cima da mesa está a ocupação das instalações da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), no âmbito de um processo que prevê a construção de um novo edifício para este estabelecimento de ensino em terrenos da ex-Prisão Escola.
De acordo com informação prestada ao JORNAL DE LEIRIA pelo IEFP, este organismo já tem “autorização para a aquisição do imóvel”,[LER_MAIS] através de um Decreto-Lei publicado em Janeiro último, segundo o qual foi já celebrado um acordo de alienação entre o Politécnico de Leiria (IPL) e o IEFP.
Naquele esclarecimento, o instituto assume que “é prioritário o investimento em instalações do IPL para assegurar uma solução estrutural para basear a formação profissional em Leiria”, que constitua “uma mais-valia evidente do ponto de vista da operacionalidade e da qualidade dos espaços de formação” na região. Por outro lado, o investimento “permitirá a prazo, uma poupança considerável ao erário público.
O primeiro programa preliminar para a instalação do CEFPL foi elaborado em 1985. Nessa ocasião, chegou até a existir um acordo com o Politécnico para a “delimitação de terrenos” no Morro do Lena, onde viria a ser construída a ESTG e onde se previa também a instalação dos serviços do IEFP.
Isso mesmo é recordado num requerimento que os deputados do PS eleitos pelo distrito entregaram, no ano passado, na Assembleia da República. Mais tarde, houve um acordo com a Câmara de Leiria para a disponibilização de um terreno na ZICOFA para a construção das instalações do CEFPL, em regime de direito de superfície, que acabou por caducar sem que a obra avançasse.
Mais recentemente, decorreram negociações para a aquisição de um edifício à Caixa Agrícola. Estes processos não tiveram consequência, com o CEFPL a funcionar “sempre em precariedade”, reforçam os eleitos do PS naquele requerimento, considerando tratar-se de uma situação “insustentável”.
Em resposta, o gabinete da ministra do Trabalho reconhecia a necessidade de dotar o CEFPL de instalações que “dignifique e potencie o serviço público de emprego e formação na região”, alegando que, ao longo dos anos, procurou “incessantemente” uma solução. A tutela deposita agora esperanças nas negociações com o IPL.