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A menos de seis meses das eleições autárquicas, estalou o verniz entre o executivo da Junta de Freguesia da Golpilheira (PS) e o presidente da Câmara da Batalha (PSD).
Num comunicado publicado na página de Facebook da Junta, o líder do Município é acusado de agir como “o dono disto tudo”, com o executivo da freguesia a alegar que não lhe é dado conhecimento dos projectos que a Câmara executa na Golpilheira.
“Temos um presidente de Câmara que não respeita, nem reconhece o poder local. Executa, desde o início do mandato, obras na nossa freguesia sem nunca dar conhecimento oficial das mesmas, nem à Junta de Freguesia nem à Assembleia”, pode ler-se no comunicado, onde são apontados vários exemplos.
Um deles é a denominada Ecovia Vale do Lena, que a Câmara está a criar e que atravessa “grande parte” da freguesia. “Nunca nos foi apresentado o projecto, que devia ter sido discutido com a Junta, já que está a ser criado num caminho agrícola aberto por esta autarquia”, expõe José Filipe.
O presidente da Junta revela que tem recebido “diversas reclamações e pedidos de esclarecimento” sobre a obra aos quais não consegue responder por “falta de informação”.
“O único conhecimento que temos sobre o projecto é o que nos é permitido em consulta no portal do Município sobre as obras em curso no concelho. Já solicitámos ao senhor presidente o envio detalhado do projecto para análise e esclarecimentos. No entanto, é mais um pedido que continua sem resposta”, acusa o executivo.
Em resposta, o presidente da Câmara lembra que o projecto está, desde 2019, incluindo no plano de actividades do Município, aprovado por unanimidade pela Assembleia Municipal, onde estão “representantes da freguesia”.
Paulo Batista Santos diz ainda que, antes do início da obra, foi enviada uma comunicação a “todas as entidades envolvidas, Junta incluída”, com uma apresentação do projecto e imagens.
“Estou disponível para dar os esclarecimentos que forem necessários. É um excelente projecto, de cariz intermunicipal, na área da mobilidade suave”, realça o líder do Município.
Sobre o restante teor do comunicado, Paulo Batista Santos considera tratar-se de “politiquice própria de ano eleitoral”.
Critica, contudo, o facto de ter sido utilizado um meio institucional – a página oficial da Junta de Freguesia no Facebook para fazer um ataque político-partidário ao presidente da Câmara”, o que, no seu entender, “configura matéria de natureza criminal”.
