Catorze anos depois de fechar portas, o antigo hotel D. João III, em Leiria, vai ganhar nova vida.
O projecto de alteração do edifício para habitação, já aprovado pela Câmara, contempla a criação de 21 apartamentos de diversas tipologias e três fracções para lojas.
Ao que o JORNAL DE LEIRIA apurou, o promotor aguarda apenas a emissão de licença de ocupação de espaço público para dar início à obra, o que deverá acontecer ainda este mês.
Promovido pela Flamingo Idea, empresa sediada nos Parceiros que se dedica a investimentos imobiliários e que até ao fecho de edição não foi possível contactar, o projecto prevê a remodelação total do edifício, com a construção de 21 apartamentos de tipologia T1, T2, T3 e T4 – todos com garagem e conduta de lixo – e de três lojas.
De acordo com o projecto, consultado pelo JORNAL DE LEIRIA, está também prevista a criação de uma sala de ginásio e de lavandaria, para “uso exclusivo” dos moradores. O último piso, o décimo, terá um terraço panorâmico, para usufruto dos residentes. No segundo andar, que contará com oito apartamentos (T2 e T3) serão criados dois pátios exteriores.
O projecto prevê também a ampliação da área de varandas existente na estrutura actual, [LER_MAIS]de “modo alternado”, para criar “zonas de sombreamento, tornando o edifício mais eficiente ao nível energético e mais sustentável”, pode ler-se na memória descritiva.
Nesse documento, os promotores sublinham que a proposta de intervenção pretende “a modernização do edifício” e de um espaço que actualmente apresenta “um aspecto escuro e sombrio, transmitindo insegurança”, apostando em “materiais mais duradouros e de fácil manutenção e cores mais claras” e numa “arquitectura contemporânea”.
Edifício inaugurado em 1987
O edifício foi construído a meio da década de 80 do século passado, pela mão da família de Acácio Mendes, actual director-geral da Eurosol Hotels. A inauguração aconteceu em Abril de 1987, pelo então secretário de estado do Turismo Licínio Cunha, como recorda o filho dos antigos proprietários, que aí iniciou a sua actividade profissional.
Com 54 quartos, dez suites e várias salas de conferência, que acolheram “muitos eventos, sedes de candidaturas eleitorais e até de actividades desportivas, como o Rally Verde Pinho”, o hotel acabou por, em 2006, ser alienado ao antigo Grupo Lena (hoje denominado Grupo NOV). Um ano depois a unidade fechou portas.
Depois disso, aquele grupo ainda pediu à Câmara alvará para “ampliação/alteração” do imóvel para a criação de escritórios e a instalação da sua sede, mas o projecto nunca foi executado, com o edifício a entrar num processo de degradação que o novo projecto pretende reverter. Mais tarde, a titularidade do prédio passou para uma instituição bancária, sendo actualmente pertença da Flamingo Idea.