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Home Opinião

A atracção pelo holofote

Ricardo Graça, fotojornalista por Ricardo Graça, fotojornalista
Março 14, 2022
em Opinião
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O que é que tem em comum a abertura de uma loja, a entrega de uma ambulância, um concerto do Salvador Sobral, um jogo de badminton, o investimento de uma empresa, uma caminhada solidária, a assinatura de um protocolo, o apoio a refugiados, ou a inauguração de uma exposição? É isso! Tem um presidente de câmara, um vereador e toda uma entourage de pessoas que ficam da parte da frente de uma câmara fotográfica, ou de filmar ou de um qualquer holofote. Façam um scroll pelas páginas das redes sociais de um município aqui da zona se duvidarem de mim. Não digo que não podem aparecer de vez em quando, mas tanto? É que um município é uma coisa muito maior do que as pessoas que o gerem a dada altura. E essas páginas deviam transmitir isso mesmo. Dispensando, por enquanto, a análise da qualidade de comunicação dos mesmos para quando receber os dados do meu último “inqérito”!

Garanto-vos só que, dos quase 7000 km que fiz recentemente até à fronteira da Ucrânia com a Hungria e respectivo regresso, os mais difíceis de todos foram os últimos 5. Pode ser de mim, que preciso de acompanhamento médicópsicológico mas, o sofrimento antecipado de ser recebido por uma comitiva autárquica e uma parede de jornalistas, juntando o ter de explicar no meu Inglês da Papua Nova Guiné a uma carrinha de refugiados que ia haver um espectáculo mediático e propaganda em que eles iriam participar, deu-me tanta ansiedade como o dia seguinte de uma bebedeira acabada a dançar em tronco nu no balcão de um bar. As intenções são boas, e a solidariedade das autarquias muito meritória, sem dúvida, mas acho que podem acontecer sem ser necessário fazer-se um circo à volta da coisa. O Bem seria feito na mesma, só não seria televisionado. Seria possivel? Eu, embora sem soluções mágicas, julgo que sim. 

E aqui entra a classe operária à qual pertenço, os jornalistas. Que têm todo o direito e dever de informar. A pergunta é: A que custo? De que modo? Volto a relembrar que pode ser de mim, mas parece-me impossível gostar de ser encurralado entre cumprimentos oficiais, conversas da tanga, luzes de câmaras, perguntas e flashadas, na chegada ao desconhecido, vindo de uma catástrofe. E digo-vos, camaradas, temos mesmo de repensar a nossa forma de actuar porque é muito triste receber uma mensagem traduzida pelo Google de ucraniano para português a dizer: “Ricardo, estamos fartos de receber jornalistas e contar as mesmas histórias”. É que, e vê-se pelas vendas e pelo descrédito, não está a resultar!

Cada caso é um caso, cada situação é uma situação, cada realidade é uma realidade, o acolhimento de 21 refugiados é, nesta fase, claramente, noticia. Mas, neste caso, e noutros, talvez quase todos, o respeito pelas pessoas deve imperar, acima da necessidade de contar a estória, de encher chouriços em directos, de preencher o espaço da página, de não ser ultrapassado pela concorrência, do que o chefe diz ou de fazer o trabalho da maneira mais fácil. Alguém com estudos que analise isto, por favor. E, no entretanto, aconteça o que acontecer, não nos deixemos levar pela tentação de ceder a comunicados de imprensa que contenham demasiada atracção pelo holofote. 

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